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BC americano vê piora da economia, mas ainda não age

Fed agora afirma que atividade desacelerou e promete medidas quando forem necessárias, mas não fixa prazo

Havia a expectativa de mais estímulos após a divulgação de vários dados econômicos desanimadores

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

A saúde econômica americana piorou, e a recuperação está mais lenta do que no início do ano, segundo diagnóstico do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA.

Apesar do parecer, o Fed não anunciou novos remédios para estimular a economia, limitando-se a dizer que "agirá como é necessário".

"O comitê [de política monetária do Fed] monitorará novas informações [...] e providenciará maior acomodação [da política econômica], como é preciso para uma recuperação econômica mais forte", diz o comunicado emitido ontem após reunião.

Ou seja: é necessário estimular a economia, e o Fed afirmou que o fará -o que foi suficiente para que o "Wall Street Journal" avaliasse o comunicado como mais assertivo do que o de junho, quando o comitê dizia estar "preparado para agir".

A pergunta é quando essa ação virá. Para analistas como os da IHS Global Insight, "a linguagem continua igual" a respeito de medidas.

Nas últimas semanas, a expectativa por uma nova rodada de estímulo cresceu no ritmo da divulgação de dados econômicos desanimadores.

Ontem, a tendência persistiu: a atividade industrial encolheu em julho pelo segundo mês consecutivo, informou a consultoria ISM, responsável pelo relatório.

Já a criação de 163 mil vagas no setor privado no mês passado, embora acima do esperado, foi inferior às 172 mil geradas em junho.

"A atividade econômica desacelerou um pouco ao longo do primeiro semestre", constatou o Fed. "O aumento do emprego tem sido lento nos últimos meses, e a taxa de desemprego segue alta [8,2%; o governo divulgará o índice de julho amanhã]."

Além disso, o consumo doméstico arrefeceu, e o setor imobiliário segue retraído.

A ata da reunião anterior, divulgada no mês passado, mostra que o comitê rachou diante da ideia de promover novos estímulos, o que pode ter voltado a ocorrer.

"Alguns membros do Fed têm dito em discurso que, para se sentirem confortáveis com mais estímulos, a perspectiva teria de piorar a partir de agora", escreveu o economista Paul Edelstein, da IHS, em análise da decisão.

"Teria de incorporar crescimento próximo a zero, declínio mínimo do desemprego e inflação significativamente abaixo da meta -algo que uma parcela dos membros do comitê não parece achar que tenha ocorrido."

A próxima reunião do comitê está marcada para 12 e 13 de setembro, e a expectativa, novamente, é de ação.

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