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Exército sírio ataca rebeldes com caças, afirma ONU

Observadores apontam também que forças insurgentes têm armas pesadas

Assembleia da ONU vota amanhã resolução apresentada por árabes pedindo a saída do ditador Bashar Assad

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Observadores da ONU na Síria confirmaram, ontem, os relatos que há dias vinham dando conta de que o Exército sírio usa aviões de caça para disparar contra Aleppo.

É nessa cidade, a mais populosa da Síria, que os combates da insurgência têm se concentrado recentemente.

As Nações Unidas afirmaram também que a oposição está usando armas pesadas no local, inclusive tanques.

Em meio à escalada do conflito, o ditador Bashar Assad divulgou nota em celebração ao aniversário das Forças Armadas. No texto, ele diz a seus soldados que a batalha contra a insurgência decidirá o destino da Síria.

A nota não dá pistas de onde o ditador se encontra, duas semanas após um ataque a bomba ter provocado baixas entre membros do alto escalão do regime -a última vez em que falou em público.

Os EUA reagiram ao comunicado chamando o ditador de "covarde" e "desprezível".

"Acreditamos ser uma covardia que um homem que se esconde exorte suas Forças Armadas a continuar a matar civis de seu próprio país", afirmou porta-voz do Departamento de Estado.

CRIME

Vídeos divulgados na internet indicam que rebeldes têm capturado e assassinado membros do regime em Aleppo, da mesma maneira com que têm agido as forças leais a Assad em Damasco.

Uma das gravações mostra quatro homens identificados como membros da "shabiha" (fantasma), milícia pró-ditadura, sendo alinhados contra uma parede e mortos a tiros de rifle, sob gritos de "Allah akbar" (Deus é maior).

A organização Human Rights Watch, de defesa dos direitos humanos, afirmou à rede BBC que os assassinatos de detentos seriam, se confirmados, um crime de guerra.

Para Gennady Gatilov, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, os vídeos demonstram que ambos os lados do conflito estão violando os direitos humanos.

"Será útil se políticos ocidentais e árabes olharem

para a situação na Síria por esse ângulo também. Todos devem cessar a violência."

Nações árabes apresentaram uma resolução, com votação prevista para amanhã, que estipula que a Assembleia-Geral da ONU peça a saída de Assad, dando o poder a um governo de transição.

O texto, em crítica aos recentes vetos de Rússia e China, "deplora o fracasso do Conselho de Segurança". Os dois países barraram resoluções que abririam as portas para sanções contra a Síria.

Segundo ativistas, morreram ontem na Síria 170 pessoas, incluindo 104 mortes em Damasco e nos arredores.

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