Premiê da Itália pede mais 'apoio moral' de Merkel

O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, reivindicou em entrevista à revista alemã "Der Spiegel" mais "margem de manobra" e "apoio moral" da Alemanha e de outros parceiros da zona do euro para que os países afetados pela crise da dívida obtenham sucesso em sua recuperação.

Monti disse que a crise tem alimentado preconceitos nacionalistas no bloco, pois construiu uma frente de confronto entre países do norte e do sul da Europa. "[As tensões] São a semente da dissolução psicológica da Europa", afirmou.

O premiê italiano não especificou se a "margem de manobra" que reivindica estaria na aplicação dos ajustes fiscais exigidos pela Alemanha para liberar empréstimos ou na regulação dos fundos de financiamento europeu para países endividados.

A dívida da Itália corresponde hoje a 120% de seu PIB (Produto Interno Bruto).

O premiê afirmou que os empréstimos oferecidos à Grécia para a recuperação de sua economia terminam por beneficiar bancos alemães e franceses.

ESPANHA

O ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, admitiu, em entrevista ao jornal "ABC", a possibilidade de o país recorrer a empréstimo do fundo de resgate europeu, embora tenha dito não saber como implementar a medida.

Na última sexta, o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, havia dito que só iria considerar um pedido de socorro se o BCE (Banco Central Europeu) deixasse claro quais são seus planos para a compra de títulos da dívida dos países do bloco.

Para De Guindos, o presidente do BCE, Mario Draghi, enviou "duas mensagens muito fortes", na semana passada -não são aceitáveis as diferenças de custo de financiamento entre os países europeus e está decidido a intervir no mercado da dívida.

Draghi afirmou que o BCE faria "todo o necessário" para garantir a saúde do euro.