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Análise

'Guerra' com mercado abala a competitividade italiana

LISA JUCCA
DA REUTERS, EM MILÃO

A "guerra" da Itália contra os mercados internacionais de dívida elevou às nuvens os custos do crédito para suas empresas privadas, sufocando os esforços delas para investir numa competição mais acirrada com rivais da Alemanha e outros países.

O Banco Central Europeu cortou seus juros e inundou os bancos de dinheiro barato na esperança de que eles emprestem a empresas e consumidores nos países do sul.

Ao mesmo tempo, porém, o salto nos custos dos empréstimos da Itália no mercado dos títulos soberanos vem elevando os juros sobre os empréstimos feitos pelos bancos às indústrias italianas.

Embora os juros de referência do BCE tenham caído, o custo do crédito corporativo na Itália hoje reflete mais o risco geral associado ao país e o custo de sustentar sua dívida gigantesca (US$ 2,4 trilhões). As conservadoras empresas italianas estão pagando o preço pela dívida do Estado -que é de 120% do PIB.

A dívida total das empresas não financeiras italianas equivale a 81% do PIB, menos que as cifras equivalentes no Reino Unido, França e Espanha. Mas as italianas dependem dos bancos para cobrir 70% de sua dívida (mais do que a média), o que as torna dependentes de políticas de crédito e vulneráveis a fatos econômicos domésticos.

As empresas italianas, assim como as de muitos países europeus, há muito tempo têm dificuldade em se equiparar à alta produtividade das concorrentes alemãs.

Mas, se contraem empréstimos para pagar por melhoras de produtividade, sua desvantagem só aumenta.

Os juros sobre eles estão chegando à média de 6% na Itália e 6,5% na Espanha, contra 3,5% na Alemanha.

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