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Premiê sírio foge, na maior deserção para ditador Assad

Hijab viajou para Jordânia com ajuda rebelde; regime diz que foi demitido

Ao menos 37 altos funcionários sírios desertaram até agora, incluindo ministros, diplomatas e militares

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A deserção do primeiro-ministro sírio, Riyad Farid Hijab, anunciada ontem por seu porta-voz, é a mais alta perda registrada pelo regime de Bashar Assad em 17 meses de conflito no país.

Hijab, 48, que havia assumido o posto em junho, após as eleições parlamentares amplamente questionadas pela oposição, fugiu para a Jordânia e anunciou, por um comunicado, que será "um soldado nessa revolução abençoada".

"Hoje, anuncio minha deserção do regime terrorista e assassino e me somo às fileiras da liberdade e da dignidade da revolução", disse o ex-premiê, por meio do porta-voz, Mohamed Otri.

Ao menos 37 altos funcionários, entre membros do gabinete, diplomatas e militares, já deixaram o governo, de acordo com um levantamento feito pela rede Al Jazeera só com as deserções confirmadas em vídeos.

Segundo Otri, o premiê pediu a ajuda dos rebeldes para deixar o país por temer represálias contra sua família. Ele teria cruzado a fronteira com a Jordânia na noite de domingo, com seus nove irmãos e familiares. Há rumores de que o grupo seguirá depois para o Qatar.

Fahd al Masri, porta-voz do Exército Livre da Síria (ELS), disse que, junto com o premiê, teriam desertado ainda outros três ministros, mas a informação não foi confirmada.

DEMISSÃO

Após a deserção, o governo sírio anunciou a "demissão" do premiê. Assad nomeou para o posto o vice-premiê Omar Galawanji.

Ontem mesmo, os ministros foram convocados para uma reunião de emergência com o novo primeiro-ministro, numa tentativa de demonstrar a união em torno de Assad.

Hijab, que é sunita, fora ministro da Agricultura de Assad e era membro do Partido Baath. Segundo Otri, porém, ele já planejava deixar o governo havia dois meses.

O governo americano comemorou a deserção dizendo que o regime está se "desintegrando por dentro". Segundo a Casa Branca, os dias de Assad "estão contados".

Para a Chancelaria francesa, a saída de Hijab é uma evidência de que o regime "está perdendo apoio por sua escolha pela violência armada".

Ontem, 3 dos 48 iranianos capturados por rebeldes morreram em bombardeios do regime em Damasco, de acordo com os Comitês de Coordenação Locais.

A oposição diz que os reféns são membros da Guarda Revolucionária do Irã.

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