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PIB italiano encolhe pelo 4º trimestre

Para especialistas, cortes no Orçamento para evitar um pedido de socorro à Europa deprimem ainda mais a economia

Alemanha, a maior potência econômica do continente, registra queda na produção industrial em junho

DE LONDRES

O Escritório de Estatísticas da Itália anunciou ontem que o país teve queda de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre deste ano, aprofundando ainda mais sua recessão econômica (definida por ao menos dois trimestres seguidos de contração).

Com isso, o país não cresce há um ano, apresentando quatro trimestres consecutivos de retração. Hoje, a terceira maior economia da zona do euro é 2,5% menor do que era no ano passado.

A projeção do governo italiano era que o PIB do país sofreria queda de 1,2% em 2012. Contudo, no primeiro semestre acumulou retração de 1,9% -a economia teve contração de 0,8% nos três primeiros meses deste ano. Uma retomada da atividade econômica parece improvável a curto prazo.

O primeiro-ministro do país, o tecnocrático Mario Monti, vem implementando diversas medidas de austeridade e reformas fiscais para evitar um pedido de socorro financeiro à Europa.

Especialistas avaliam, contudo, que os cortes prejudicam ainda mais a economia italiana, que sofre também com altos índices de desemprego e condições mais rígidas de obtenção de crédito.

Em entrevista ao "Wall Street Journal", Monti afirmou que a situação poderia estar pior se a Itália ainda vivesse sob o governo de Silvio Berlusconi, que deixou o cargo em novembro de 2011.

Como a frase ganhou ampla repercussão durante o dia, Monti telefonou a Berlusconi e expressou descontentamento por um "banal e abstrato" comentário sobre o preço dos títulos da dívida pública do país "ter sido recebido como um comentário de caráter político".

Também ontem, foram divulgados os números da produção industrial de junho para a Itália, que registrou queda de 1,4%. No Reino Unido, a produção teve queda de 2,5%, o maior índice desde novembro de 2008.

Até mesmo na Alemanha, maior economia do continente, a produção industrial caiu 1,7% no mês de junho, o que aumenta os temores de que a zona do euro registrará uma contração do PIB no segundo trimestre do ano.

No primeiro trimestre, o crescimento na Alemanha fez com que o resultado fosse uma estagnação, em vez da queda do PIB da região, como previam os analistas.

GRÉCIA

A saída da Grécia da zona do euro, outra hipótese sempre mencionada por especialistas no continente, ganhou ontem força com uma declaração de Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo (conselho de ministros de finanças da zona do euro).

Juncker afirmou a uma emissora pública de TV alemã que a saída da Grécia seria "manejável nas condições atuais, mas não desejável".

O presidente do Eurogrupo ressaltou que essa opção criaria riscos consideráveis, especialmente para os mais pobres da sociedade grega, que enfrenta grave recessão. (RODRIGO RUSSO)

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