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Aliado de Assad, Irã faz aceno a rebeldes

Anúncio foi feito durante encontro promovido em Teerã, sem a presença do Brasil, que não aceitou o convite

Até ontem, rebeldes sírios não haviam confirmado planos de aceitar a mediação do regime iraniano

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

Maior aliado regional do regime sírio, o Irã disse ontem ter convencido grupos opositores ao ditador Bashar Assad a participar de futuras conversas de paz em Teerã.

O anúncio foi feito durante encontro com representantes de 27 países -sem o Brasil- promovido por Teerã para contornar o isolamento que lhe é imposto pelo Ocidente na busca de uma solução para o conflito na Síria.

"Estamos em contato há um ano com vários grupos rebeldes sírios. Alguns disseram estar dispostos a vir ao Irã para encontrar um representante já apontado pelo governo sírio", disse o chanceler iraniano, Ali Akbar Salehi.

Não está claro quais líderes opositores participariam do encontro.

O ministro afirmou ainda, em declarações à imprensa num hotel de luxo em Teerã, que o Irã e outros países (não especificados) cogitam a criação de um grupo de contato para mediar um diálogo pela paz na Síria.

Até a conclusão desta edição, rebeldes sírios não haviam confirmado planos de aceitar a mediação do regime iraniano, posto à margem das principais conversas de paz por supostamente ajudar Assad a esmagar a oposição.

Salehi disse ontem que o Irã fornece apenas apoio humanitário e hospitalar à Síria.

Organizado às pressas, o encontro em Teerã reuniu países céticos em relação à estratégia ocidental de apoiar rebeldes até que consigam derrubar Assad.

Entre os participantes estavam China, Rússia, Venezuela, Cuba, Sudão e Argélia, entre outros governos representados em nível de embaixador ou diplomatas de médio escalão. Somente Iraque, Paquistão e Zimbábue enviaram chanceleres.

O Brasil, que também não faz parte do Grupo de Amigos da Síria (pró-rebeldes), declinou do convite. Questionado pela Folha se lamentava a ausência brasileira, o chanceler Salehi disse: "Claro que sim. Temos relações muito boas com o Brasil".

APOIO

Apesar do aceno aos rebeldes, o Irã deixou claro que continua apoiando Assad, com quem divide agenda comum no Oriente Médio.

"É um erro pensar que, se a pressão for mantida, o regime sírio mudará", disse o ministro, que advertiu sobre as "consequências catastróficas" de uma eventual queda abrupta de Assad.

Segundo Salehi, a Europa deveria, pela proximidade geográfica com o Oriente Médio, preocupar-se com a possibilidade de sofrer no futuro ataques por parte dos "extremistas" que atualmente recebem armas para combater o regime de Assad.

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