Índice geral Mundo
Mundo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Austeridade pode piorar crise, diz OIT

Crítica veio depois que Banco Central Europeu pediu flexibilização de regras salariais para elevar competitividade

Índices de desemprego na zona do euro estão nos maiores níveis desde a criação da moeda única no bloco

DE LONDRES

Em relatório publicado no fim da semana passada, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) expressou preocupação com o efeito das políticas de austeridade implementadas nos países europeus no curto prazo.

De acordo com a entidade, cortar salários para aumentar a competitividade e combater o desemprego pode ter efeito oposto ao desejado.

A medida foi implementada na Grécia, por exemplo, como condição para os pacotes de socorro financeiro que o país recebeu.

Para Patrick Belser, economista sênior da OIT e editor do relatório, "sempre que uma redução de salários diminui o consumo doméstico mais do que aumenta exportações e investimentos, há um efeito negativo no crescimento econômico do país".

A crítica às medidas de austeridade veio depois que o Banco Central Europeu pediu, na semana passada, que os países da zona do euro promovessem a flexibilização das regras salariais para aumentar a competitividade.

"Se cortes salariais para incentivar crescimento forem implementados simultaneamente em todos os países, os ganhos vão se cancelar e o efeito regressivo desses cortes globais no consumo poderão levar a uma depressão no emprego e na demanda", afirmou Belser.

Desde o início da crise, a OIT vem alertando as autoridades, especialmente da zona do euro, sobre os efeitos deletérios das medidas de austeridade fiscal nos índices de emprego do continente -que estão no maior nível já registrado desde a criação da moeda única.

(RODRIGO RUSSO)

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.