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Análise

Europa fica entre adotar união política ou deixar moeda única

JAN-WERNER MÜLLER
DO “GUARDIAN”

Já que as falhas inerentes da zona do euro se recusam a desaparecer, os líderes políticos estão diante de uma escolha desagradável: criar algo mais parecido com um Estado, e defini-lo como "união política", ou abandonar a moeda unificada.

Até agora, a essência do trabalho da União Europeia vem sendo a criação de regras consensuais despolitizadas e de adesão voluntária, acompanhadas por sanções em caso de violação das normas.

Para o mercado unificado, essa fórmula provou funcionar. Mas não para a união monetária. Os mercados financeiros não acreditam em regras de adesão voluntária.

Uma possível resposta seria desmantelar ou ao menos encolher a zona do euro na medida necessária a restaurar a credibilidade das regras (ainda que os defensores da "neuro", ou seja, de uma zona do euro para os países do norte do continente, tendam a esquecer que Gerhard Schröder, então chanceler alemão teve papel central no enfraquecimento das regras, em 2005, trabalhando com a França e Itália).

A alternativa seria centralizar a fiscalização, em lugar de depender de autorregulamentação (o que provou não funcionar no caso das autoridades gregas); reforçar as sanções; e remover a decisão de aplicá-las ou não das mãos dos governos nacionais. Quando as elites europeiasfalam sobre união política, hoje, é nisso que estão pensando: reduzir os poderes dos legislativos nacionais.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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