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Sírios convidam os diplomatas do Brasil a voltar a Damasco

Segundo embaixador, terroristas já foram 'aniquilados' na capital; brasileiros foram para o Líbano em julho

Diante da renúncia de embaixadores sírios em outros países, ele descarta sair e fugir de sua 'responsabilidade'

ISABEL FLECK
DE SÃO PAULO

Os diplomatas brasileiros que deixaram Damasco há quase um mês já podem voltar à capital síria em segurança.

Quem afirma -e faz o convite- é o embaixador sírio em Brasília, Mohammed Khaddour, que diz não ter visto mudança alguma na posição do Brasil em relação ao regime de Bashar Assad.

"[A retirada dos diplomatas] Foi uma ação preventiva, visto que havia terroristas armados na área próxima à Embaixada do Brasil, atirando de forma aleatória. Mas eles foram aniquilados. Agora a área está segura e eles podem voltar a seus postos", disse o embaixador à Folha.

Os diplomatas, entre eles o embaixador Edgard Casciano, saíram de Damasco no último dia 20, rumo a Beirute, após dias de intensos combates entre rebeldes e forças do regime ­na capital e um atentado que matou o então ministro da Defesa num prédio do governo. No entanto, ainda há relatos de intensos confrontos pela disputa de bairros centrais da capital.

Apesar de o Brasil ter, em uma nota recente, endurecido o tom contra a violência adotada pelo regime, Khaddour afirma que o país tem mantido uma "política coerente" em relação ao seu governo. "O Brasil sempre se declarou contra a interferência externa e a favor do diálogo."

Diante da renúncia de embaixadores sírios em países como o Iraque e o Reino Unido, Khaddour descarta abandonar o regime de Assad. Segundo ele, "existem motivos pessoais secretos por trás da fuga" de diplomatas sírios. "Quem tem o sentimento de patriotismo não foge de sua responsabilidade diante da pátria", disse.

Khaddour admite que o atentado em Damasco que matou, no último mês, o ministro e dois três altos funcionários sírios pode ter tido a ajuda de pessoas do círculo mais próximo a Assad. "A traição existe em qualquer lugar do mundo e é possível acontecer a qualquer hora."

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