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Nem Alemanha evita queda do PIB europeu

Economia encolhe 0,2% no 2º trimestre, o terceiro seguido sem expansão, apesar do crescimento alemão de 0,3%

Analistas preveem que a zona do euro não escapará de novo mergulho na recessão no terceiro trimestre

DE LONDRES

Mesmo com bons números vindos da Alemanha, a zona do euro não escapou de uma contração econômica de 0,2% do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre deste ano, segundo dados oficiais divulgados ontem.

Esse é o terceiro trimestre consecutivo em que a região não consegue índices de expansão da atividade econômica. Após queda de 0,3% no último trimestre de 2011, o PIB ficou estagnado nos três primeiros meses deste ano.

Na União Europeia, que engloba 27 países, o PIB também teve redução de 0,2%.

Tecnicamente, uma recessão é definida por dois trimestres consecutivos de contração econômica, e apenas isso fez com que a região escapasse de seu segundo mergulho na recessão após o início da crise, em 2008.

O PIB da zona do euro encolheu por cinco trimestres seguidos de 2008 a 2010.

Além do avanço de 0,3% do PIB registrado pela Alemanha, maior economia do continente, outro fator que impediu que a contração da zona do euro fosse maior no período foi a estagnação da França, a segunda maior força.

No primeiro trimestre, resultados similares nesses países foram os responsáveis por evitar uma contração na zona do euro. A Alemanha teve crescimento de 0,5% do PIB, enquanto a França registrou outra estagnação.

Os resultados das duas maiores economias da região fizeram com que as principais Bolsas europeias encerrassem o dia em alta, mesmo que diversos analistas prevejam que a zona do euro não escapará de entrar em recessão quando o PIB do terceiro trimestre for divulgado.

Segundo dados divulgados ontem, em junho, a produção industrial da zona do euro sofreu queda de 0,6% em relação ao mês de maio, o que reforça a tese de desaceleração na zona do euro.

A expansão dos efeitos da crise dos títulos de dívida soberana na região ficou patente com a divulgação de que até mesmo Bélgica e Finlândia sofreram contração entre abril e junho deste ano.

A Finlândia é uma aliada alemã na defesa da austeridade fiscal para países em crise, e suas autoridades fizeram afirmações contundentes durante o processo de negociação do resgate financeiro europeu à Grécia. Mesmo assim, teve queda de 1% do PIB.

Dos cinco países que precisaram pedir socorro às autoridades europeias desde o início da crise, ao menos quatro registraram contração no trimestre: Grécia, Portugal, Espanha e Chipre. Os dados relativos à Irlanda ainda não foram divulgados.

A Itália, terceira maior economia da zona do euro, apresentou queda de 0,7% do PIB no último trimestre. Ao lado da Espanha, o país é um dos que mais sofrem para obter recursos de investidores nos mercados, precisando oferecer altos juros na venda de seus papéis. (RODRIGO RUSSO)

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