Disputa em mina de platina na África do Sul deixa dez mortos

Uma feroz disputa entre duas centrais sindicais da África do Sul na mina de platina de Marikana, 100 km a noroeste de Johannesburgo, deixou dez mortos, no mais sangrento conflito do setor.

As atividades em Marikana, operada pela multinacional britânica Lonmin (terceira maior produtora de platina do mundo), estão interrompidas desde sexta, e a situação seguia tensa ontem.

Milhares de mineiros, armados com machetes e bastões, voltaram a enfrentar a polícia. A empresa conseguiu na Justiça uma sentença que determina o fim da greve e permite demitir mineiros que não voltem ao trabalho.

No local, os policiais tiveram cobertura de helicópteros. A multidão, de aproximadamente 2.500 mineiros, posicionou-se numa rocha acima da mina.

POLÍCIA NACIONAL

"A situação é estável, mas tensa", disse à Reuters o porta-voz da Polícia Nacional, Dennis Adrio.

Os confrontos envolvem disputa pelo recrutamento de trabalhadores entre o tradicional Sindicato Nacional dos Mineradores (NUM, na sigla em inglês) e o Sindicato da Associação de Mineradores e da Construção Civil (AMCU, na sigla em inglês).

A disputa, que se tornou mais aguda há oito meses, tem componentes políticos.

Segundo o jornal britânico "Financial Times", o NUM é aliado do governista CNA (Congresso Nacional Africano). Já o AMCU acusa o rival de se alinhar ao governo.