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Chineses lotam as ruas em escalada de tensão com o Japão

Manifestantes em cerca de dez cidades pedem a defesa 'até a morte' de ilhas disputadas há décadas pelos dois países

Protesto foi uma reação à ação de 150 ativistas japoneses que foram às ilhas; Pequim disse que soberania foi violada

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Milhares de pessoas na China protestaram ontem contra o Japão depois de um grupo de nacionalistas japoneses ter desembarcado em uma ilha há décadas disputada pelos dois países.

Em Shenzhen, no sul, manifestantes destruíram carros e veículos da polícia fabricados no Japão, além de atacar um restaurante japonês.

Em Chengdu, no sudoeste, uma loja da Uniqlo, marca japonesa de roupas, teve de ser fechada por causa dos protestos. "Eles [Japão] deveriam devolver as ilhas para nós e pedir desculpas", afirmou um dos manifestantes, que não quis se identificar.

Os chineses carregavam ainda cartazes com dizeres como "defenda as ilhas Diaoyu até a morte" e "mesmo que a China fique coberta de túmulos, nós precisamos matar todos os japoneses".

Protestos também foram registrados nas cidades de Xangai, Guangzhou, Xian, Jinan e Qingdao. Em Pequim, um grupo de pessoas fez uma manifestação na frente da embaixada japonesa.

TENSÃO

A onda de protestos ocorreu depois de um grupo de 150 ativistas japoneses ter chegado nas ilhas -que no Japão são chamadas de Senkaku e na China receberam o nome de Diaoyu.

Dez integrantes do grupo pularam dos barcos onde viajavam e foram nadando até uma das ilhas, levando bandeiras japonesas com eles.

"Esperamos transmitir a mensagem tanto para a China como para o povo japonês de que [as ilhas] Senkaku fazem parte de nosso território", afirmou Toshio Tamogami, líder do grupo de ativistas, que inclui membros do Parlamento.

O grupo disse ainda que reagia a um protesto semelhante por parte da China na semana passada, quando ativistas de Hong Kong, Macau e outras partes do país desembarcaram na ilha com bandeiras chinesas.

O Japão, que controla as ilhas inabitadas, prendeu e deportou os ativistas.

O governo chinês reagiu ao protesto japonês. Em um comunicado, a Chancelaria afirmou que "o comportamento ilegal dos direitistas japoneses violou a soberania territorial da China".

O nacionalismo chinês é particularmente acentuado quando se trata do Japão, que, durante a Segunda Guerra, invadiu e ocupou a China e ainda é lembrado por atrocidades cometidas nesse período.

A troca de farpas foi intensificada recentemente quando o prefeito de Tóquio propôs que o governo da cidade comprasse as ilhas.

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