Câmara argentina aprova lei que expropria gráfica ligada a Boudou

Após o Senado, a Câmara dos Deputados argentina aprovou ontem a lei que expropria a gráfica conhecida como ex-Ciccone, suspeita de envolvimento em um caso de tráfico de influências do qual faz parte o vice-presidente do país, Amado Boudou.

Em uma sessão de mais de oito horas, o texto -enviado ao Parlamento no início do mês pelo governo- obteve 145 votos a favor, 77 contra e cinco abstenções.

A lei declara a empresa de utilidade pública e submissa "à desapropriação" -medida que o governo de Cristina Kirchner justificou com a necessidade de o Estado recuperar a capacidade de imprimir bilhetes e cunhar moedas.

A ex-Ciccone, cujo nome atual é Companhia de Valores Sudamericana, imprime notas de 100 pesos e, durante a campanha presidencial que elegeu Cristina, em 2011, produziu também folhetos de propaganda eleitoral.

Durante a gestão de Boudou como ministro da Economia, foi salva da falência, recebendo um investimento de 1,8 milhão de pesos.