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Extremista que assassinou 77 na Noruega pega pena máxima

Justiça rejeita tese de problemas mentais e condena Anders Breivik a 21 anos de prisão

Ele disse que não vai recorrer da sentença porque isso equivaleria a legitimar o tribunal e o julgamento realizado

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

O extremista norueguês Anders Behring Breivik, 33, que matou 77 pessoas em atentado a bomba e a tiros em Oslo no ano passado, foi condenado ontem pela Justiça local à pena máxima de prisão prevista na legislação do país: 21 anos.

O tribunal afastou a hipótese de que Breivik, como se discutiu durante o processo, tivesse quaisquer problemas de ordem mental e aplicou a punição mais dura permitida no país, por unanimidade dos cinco juízes.

Além disso, o julgamento definiu que o atirador pode continuar preso por tempo indeterminado, se houver motivos para considerá-lo um perigo para a sociedade, de acordo com o que prevê o instrumento jurídico da custódia preventiva.

RECURSO

A equipe de acusação, durante o julgamento, pedia que Breivik fosse considerado incapaz e cumprisse internação hospitalar com base em laudo que apontava doença mental. É possível que recorra da decisão.

Já a equipe que defende Breivik não apresentará apelação contra a sentença.

Após a decisão, o condenado declarou: "A meu ver, essa sentença e o julgamento são ilegítimos. Ao mesmo tempo, eu não posso apelar contra o julgamento porque, apelando, eu legitimaria a corte".

A defesa do atirador sempre fez questão de ressaltar que Breivik tinha ciência dos atos que cometeu em 22 de julho de 2011, no maior atentado da história da Noruega.

Breivik manteve um sorriso no rosto ao ouvir a leitura do veredicto e cumprirá a pena em um presídio de segurança máxima em Ila, a oeste de Oslo, onde já cumpria prisão preventiva.

Um relatório também apontou erros na resposta policial aos ataques e mostrou que a ação poderia ter sido evitada se as autoridades tivessem notado o veículo cheio de explosivos estacionado perto de edifícios do governo em Oslo e pudessem descrever com mais detalhes o carro em que saiu da região, onde oito pessoas morreram.

Em seguida, Breivik se deslocou para a ilha de Utoeya, onde ocorria um acampamento da Juventude Trabalhista e no qual outras 69 pessoas foram mortas -34 delas com idades entre 14 e 17 anos.

Em manifesto publicado na internet horas antes de efetuar os ataques, Breivik escreveu que seria catastrófico se a Europa adotasse o modelo de miscigenação racial da sociedade brasileira. Durante o julgamento, disse que seus atos eram uma forma de proteger a Noruega do multiculturalismo.

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