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Maior dos massacres na Síria deixa 330 mortos

Maioria dos corpos foi encontrada em casas no subúrbio de Daraya

Ditador Bashar Assad afirma que o povo sírio não irá permitir a insurgência, 'não importa o quanto custe'

France Presse
Foto feita por ativista mostra vala comum em Daraya, na Síria
Foto feita por ativista mostra vala comum em Daraya, na Síria

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O subúrbio de Daraya, a 7 km de Damasco, foi cenário do maior massacre dos 17 meses de confrontos na Síria.

Ativistas sírios denunciaram a matança de pelo menos 330 pessoas, mortas entre terça-feira e anteontem.

O ditador Bashar Assad, que se reuniu ontem em Damasco com uma delegação iraniana, disse que a culpa da crise no país é do Ocidente.

"O que está acontecendo não é uma ação só contra a Síria, mas à região como um todo. O povo sírio não permitirá isso, não importa o quanto custe", disse o ditador.

Suspeita-se que a ofensiva de cinco dias tenha sido perpetrada pela shabiha ("fantasma"), milícia ligada a Assad.

Alguns dos relatos dizem que o número de vítimas pode chegar a mais de 600 mortos. Com as restrições à atividade dos jornalistas impostas pelo governo sírio, a imprensa mundial tem dificuldade em confirmar o número.

A Sana, agência oficial do governo, divulgou nota dizendo que "a heroica força armada livrou Daraya de remanescentes de grupos terroristas que cometeram crimes contra os filhos da cidade".

Muitos corpos foram encontrados dentro de casas, o que indica que elas foram invadidas por forças do governo. Ao menos 50 estavam no porão de uma mesquita.

A maior parte dos mortos eram homens jovens, mas vídeos postados ontem na internet mostram crianças com tiros na cabeça.

Antes do massacre, a localidade, de cerca de 200 mil habitantes e maioria sunita, passou por três dias de bombardeio aéreo.

EM ALEPPO

Ontem, os confrontos continuaram, especialmente em Aleppo. A cidade registrou o pior confronto entre rebeldes e o Exército da última semana. Caças lançaram bombas nas regiões de concentração de rebeldes, no sul da cidade, que é a maior do país.

Segundo o OSDH (Observatório Sírio dos Direitos Humanos), pelo menos 91 pessoas foram mortas. Desse total, 61 seriam civis.

O número de mortos desde que os conflitos começaram, há 17 meses, fica entre 18 mil, segundo a ONU, e 25 mil pessoas, segundo o OSDH.

O vice-presidente sírio, Faruk al Shareh, apareceu ontem pouco antes de um encontro com o presidente da comissão parlamentar de política externa do Irã, principal aliado do regime na região. No último dia 18, foram divulgados rumores de que desertara.

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