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Eleições EUA

Republicanos oficializam Romney contra Obama

Ann, mulher dele, faz discurso para realçar lado pessoal do candidato

Evento marca trajetória do ex-governador do centro à direita com o objetivo de obter apoio dos ultraconservadores

Chip Somodevilla/France Presse
Mitt Romney beija sua mulher, Ann, após o discurso dela à convenção do Partido Republicano em Tampa, na Flórida
Mitt Romney beija sua mulher, Ann, após o discurso dela à convenção do Partido Republicano em Tampa, na Flórida

LUCIANA COELHO
RAUL JUSTE LORES
ENVIADOS ESPECIAIS A TAMPA

Um ano, dois meses e 26 dias após entrar em uma campanha controversa até o último minuto, Mitt Romney, um gestor de investimentos e ex-bispo mórmon que governou Massachusetts de 2003 a 2007, foi oficializado candidato do Partido Republicano à Presidência dos EUA.

A eleição ocorreu sob a vaia dos simpatizantes de Ron Paul, único pré-candidato a não repassar os votos que conquistara ao rival.

O deputado septuagenário alçado a ídolo jovem por suas ideias "libertárias" (defensor do Estado mínimo e liberdade individual máxima) acabou levando o endosso do Alasca e fatias de outros Estados -a candidatura nos EUA é selada pelas delegações estaduais, que votam conforme as primárias.

Mas o partido só somou os votos de Romney, quase 12 vezes mais numerosos.

A coroação marca o fim de uma conversão política que levou Romney do centro à direita em busca do apoio da crescente ala ultraconservadora do partido.

Nascido em Detroit em 1947 e formado em negócios e direito por Harvard, Romney veio à luz politicamente ao dirigir com sucesso os Jogos Olímpicos de Inverno de 2002, em Salt Lake City.

No mesmo ano, elegeu-se governador em Massachusetts, reduto do Partido Democrata que adotou com a mulher, Ann, e os cinco filhos.

Coube ontem a ela, sobrevivente de um câncer e portadora de esclerose múltipla, mostrar o lado humano do marido.

"Não vou falar de política. Quero falar do meu amor profundo por um homem que conheci há muitos anos", afirmou, com a voz trêmula, resplandecente em um vestido vermelho.

"Esse cara, acho que vocês deveriam conhecê-lo. Ele me faz rir", continuou, emendando trechos da biografia de sua família e do marido e dizendo que "Mitt não gosta de falar de como ajuda os outros" -justificativa para a omissão de sua declaração de renda.

Desde o início da campanha, o ex-moderado que tentara a candidatura em 2008 encontra dificuldades com o eleitorado.

Adepto de uma religião que enfrenta preconceitos e dono de estimados US$ 250 milhões, é visto como hesitante, distante do americano comum e pouco afável, o que o partido busca reverter com o simpático e ultraconservador Paul Ryan como vice.

Mas Romney é considerado também, segundo pesquisas, mais apto a reavivar a economia do que o presidente Barack Obama.

PROTESTOS

Enquanto a celebração transcorria no ginásio lotado em Tampa, ao lado de um galpão abandonado da Marinha no centro da cidade 150 pessoas em tendas e barracas armaram a "Romneyville", em homenagem ao candidato republicano.

A Romneyville foi criada pela "campanha pelos direitos humanos e econômicos dos pobres americanos".

A organização da manifestação defende o perdão das dívidas hipotecárias, a devolução das casas de quem foi despejado após a crise de 2008 e pede planos de saúde grátis para todos.

Entre as dezenas de sem-teto, há cerca de dez crianças, idosos, alguns com aparência de ex-hippies, além de punks e ativistas da esquerda a ambientalistas.

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