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Análise

Mulher é lance inicial para uma melhor imagem entre eleitores

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Perguntados se gostavam de Barack Obama e Mitt Romney, 54% dos americanos disseram sim sobre o presidente e 31% sobre seu adversário, segundo pesquisa do Instituto Gallup de seis dias atrás.

Reverter esse quadro é o principal objetivo de Romney na convenção que ontem o sagrou candidato do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos.

O primeiro grande lance para atingi-lo foi o discurso de sua mulher, Ann, "sobre amor, não política".

Considerada espontânea e afetuosa -ao contrário de Mitt-, ela o descreveu como homem carinhoso, dedicado e solidário, que a acompanhou intensamente quando foi diagnosticada com esclerose múltipla e câncer de mama.

Convenções não decidem nada importante faz tempo. Mas, enquanto a TV lhes deu proeminência, podiam polir a imagem do candidato.

Bill Clinton conseguiu reverter seus níveis de aprovação pessoal em 1992 após a de Nova York de -16 para +2.

Este ano, a TV não mostra por muito tempo a convenção em horário nobre, e ainda está ocupada com o furacão Isaac, que reaviva na memória coletiva a maneira desastrada como o republicano George W. Bush lidou com o Katrina em 2005.

Tudo que Romney não queria era dividir holofotes com o fantasma de Bush, quando precisa energizar as bases do partido, que nunca confiaram muito nele.

Superar as suspeitas do eleitorado de que não é sincero ou genuíno com TV e ambiente festivo já seria difícil para Romney.

Com a concorrência do Isaac, as más lembranças do Katrina e sem ninguém ainda saber como lidar com as mídias sociais -agora o principal veículo de comunicação das convenções-, isso fica mais complicado.

Ontem, a tarefa de tornar Romney mais "curtível" (no jargão do Facebook) coube a Ann e ao governador de Nova Jersey, Chris Christie. Mas ninguém mais, além de Romney, poderá mudar a situação.

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA é editor da revista "Política Externa"

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