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Eleições EUA

Emprego dá ressaca a Obama após festa

Número de postos de trabalho criados em agosto decepciona, um dia após presidente ser aclamado em convenção

Presidente admite que os 96 mil empregos criados no mês são insuficientes; Romney critica o adversário

John Moore/France Presse
Estudantes encontram-se com possíveis empregadores em feira de Nova York
Estudantes encontram-se com possíveis empregadores em feira de Nova York

RAUL JUSTE LORES
DE NOVA YORK

O número de empregos criados em agosto nos EUA foi bem menor que o de julho e ficou abaixo das expectativas do governo, reforçando a pressão sobre o banco central americano, o Federal Reserve (Fed), para promover mais políticas de estímulo.

Para analistas políticos, o dado desanimador influenciou o tom sóbrio do discurso do presidente Barack Obama na convenção do Partido Democrata anteontem.

Foram criadas 96 mil vagas em agosto, contra 141 mil em julho. O governo esperava cerca de 125 mil.

Ainda assim, a taxa de desemprego caiu de 8,3% para 8,1% em agosto. O número não foi comemorado.

A contração aconteceu, segundo analistas, porque a chamada população economicamente ativa também encolheu, com mais gente se aposentando ou jovens que decidem não procurar pelo primeiro emprego, diante de de um mercado deprimido.

Segundo o relatório do governo, a força de trabalho caiu em 368 mil trabalhadores, bem acima do número de vagas criadas. Em sua maioria, jovens entre 16 e 19 anos que decidiram adiar sua entrada no mercado.

O alto desemprego se tornou um dos temas mais explorados pela oposição republicana para as eleições presidenciais de 6 de novembro.

"Quase nada que o presidente tenha feito dá confiança ao povo americano de que ele sabe o que está fazendo", disse ontem o candidato republicano, Mitt Romney.

Setores que continuam empregando bem são os de saúde/hospitalar e os de bares e restaurantes (cada um com 27 mil novas vagas). O que não consegue reagir, apesar de medidas de estímulo, é o manufatureiro/industrial, que perdeu 15 mil vagas.

A recuperação da economia americana, ainda que mais vigorosa que a europeia ou japonesa (o PIB deve crescer 2,3% em 2012), não tem se traduzido em mais empregos.

Em campanha em New Hampshire, o presidente admitiu que os dados desapontaram. "Sabemos que não é bom o suficiente. Precisamos criar mais empregos mais rápido", disse Obama.

A criação de empregos foi bastante irregular neste ano. Começou forte em janeiro e fevereiro, com mais de 200 mil novos empregos em cada mês, mas caiu para 80 mil em junho, o pior número do ano.

Na semana passada, o presidente do Fed, Ben Bernanke, deixou aberta a possibilidade de mais uma política de estímulo à economia americana por conta da fraqueza no mercado de trabalho, que pode injetar mais dinheiro no mercado com a compra de bônus.

O comitê de política monetária do Fed se encontra na próxima quinta-feira, a menos de dois meses da eleição para a Casa Branca.

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