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Análise

O yuan não está preparado para ser uma moeda global

DO “FINANCIAL TIMES”

Com a China firme na posição de segunda maior economia do mundo, será questão de tempo que boa parte do comércio mundial comece a ser feito em yuans. Não?

Devagar com o andor. Há motivos para duvidar que o yuan já esteja preparado para unir-se ao dólar, ou até ao euro, como moeda global.

Arthur Kroeber, do instituto de pesquisas Dragonomics, é cético. Hoje, cerca de 6% das exportações chinesas e 13% das importações são faturadas em yuans.

Parece muito, mas em 1990 as cifras equivalentes para o marco alemão na Alemanha foram de 80% e 50%. No Japão, que tentava desencorajar a internacionalização do iene porque queria controlar sua conta de capital, as cifras eram de 38% e 15%.

Hoje o iene responde por só 3% das reservas globais. O euro compõe 28% das reservas, mas a Alemanha precisou entrar numa união monetária para chegar lá.

Como o Japão, o modelo de crescimento da China se baseia no crédito barato em casa e numa moeda subvalorizada. O Japão só ousou começar a desmontar os controles de capital no início dos anos 1980, quando tinha mais ou menos se equiparado aos padrões de vida ocidentais.

O Partido Comunista chinês é ainda mais dependente da capacidade de alocar crédito e proteger a indústria estatal e exportadores, geradores de empregos. Isso sugere que Pequim colocou o carro à frente dos bois.

Primeiro a China precisa aprofundar os mercados de capitais domésticos e liberar as taxas de juros, para que elas reajam a sinais do mercado e não a telefonemas de planejadores estatais. Sem essa mudança, abrir a conta capital seria perigoso. E, sem isso, os avanços serão lentos.

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