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Análise

Situação egípcia apresenta oportunidade para islâmicos dos territórios palestinos

NATHAN THRALL
ESPECIAL PARA A FOLHA

Enquanto os islâmicos ganham espaço no Egito, o Hamas palestino nunca enfrentou desafios e oportunidades tão grandes quanto os trazidos pelas revoltas árabes.

O movimento abandonou sua sede em Damasco -a um custo alto para os laços com o Irã, sua maior fonte de apoio- e vem ampliando as relações com países aliados dos EUA como Egito, Qatar e Turquia. Chamado a tomar partido numa disputa regional, o Hamas procura não optar por nenhum lado.

Líderes do Hamas na Cisjordânia e no exílio tendem a pensar que, com a ascensão da Irmandade Muçulmana egípcia, seu movimento "pai", é chegada a hora de dar passos mais ousados pela unidade palestina. Mas a liderança em Gaza hesita.

É que as mudanças regionais tiveram um custo. O levante na Síria dividiu o movimento: há gratidão a um regime que lhe deu apoio durante seu isolamento.

As escolhas que o Hamas fará em termos de alianças regionais não estão claras. Por enquanto, a unidade vem prevalecendo no movimento, mas só porque as opções táticas e estratégicas estão sendo adiadas e o Hamas está em sua posição padrão: inação.

Hoje existe um reconhecimento amplo de que a comunidade internacional, especialmente EUA e a Europa, cometeram erro em 2006 ao apostar na paz entre Israel e Ramallah e no enfraquecimento do Hamas. De lá para cá, não emergiu nenhuma outra alternativa. A mudança nas políticas dos EUA e UE em relação à Irmandade Muçulmana pode oferecer uma oportunidade nesse sentido.

NATHAN THRALL é analista de Oriente Médio para o International Crisis Group

Tradução de CLARA ALLAIN

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