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Pequim envia navios para arquipélago em disputa com o Japão

Os dois países reivindicam soberania sobre ilhas que Tóquio anunciou ter comprado anteontem

DE PEQUIM

O governo chinês enviou ontem dois navios-patrulha ao arquipélago no oceano Pacífico em disputa com o Japão, um dia após Tóquio ter anunciado sua compra por cerca de US$ 30 milhões.

As embarcações não são militares. Pertencem à Vigilância Marítima da China, em geral acionada em situações parecidas -a China tem disputas com Filipinas e Vietnã.

Segundo a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, há um "plano de ação" para assegurar a soberania das ilhas, chamadas de Diaoyu por Pequim e de Senkaku pelo Japão, que atualmente as administra.

A Chancelaria chinesa disse que a compra "não altera o fato de que o lado japonês roubou as ilhas da China".

A região das ilhas, também reclamada por Taiwan, geograficamente mais próxima, é rica em pesca e tem grande potencial de reservas de gás.

O governo japonês decidiu comprar as ilhas de um grupo privado depois de o prefeito ultranacionalista de Tóquio, Shintaro Ishihara, iniciar campanha para arrecadar fundos e adquiri-las.

Ishihara planejava ocupar as ilhas, hoje desabitadas, numa ação que provavelmente provocaria uma reação mais forte do lado chinês.

A crise em torno das ilhas provocou raras declarações da liderança chinesa sobre o tema. Anteontem, o premiê Wen Jiabao disse que o país "jamais cederá uma polegada" de seu território.

Para alguns observadores, a crise com o Japão tem ajudado o governo chinês a desviar a atenção para o estranho desaparecimento do vice-presidente, Xi Jinping, a poucas semanas de sua provável nomeação como líder máximo do país.

Ele foi visto pela última vez em público no último dia 1º e cancelou todos os compromissos com comitivas internacionais desde então.

Fontes do governo dizem que Xi, 59, lesionou as costas enquanto nadava. A informação não foi confirmada oficialmente. A sua ausência sem explicações formais vem gerando uma onda de especulações sobre o seu paradeiro nos populares microblogs chineses (weibo), inclusive de que ele estaria morto.

A censura chinesa bloqueou a procura pelo nome de Xi nos microblogs, mas, como é de praxe, internautas passaram a usar apelidos para continuar falando do assunto, como "príncipe da coroa". (FABIANO MAISONNAVE)

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