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Para Brasil, só filme não explica violência

PATRÍCIA CAMPOS MELLO
DE SÃO PAULO

O filme crítico a Maomé não é o único motivo para as manifestações antiamericanas ao redor do mundo -as políticas dos EUA para a Palestina e para o Irã também estão por trás da insatisfação dos islâmicos.

Essa é a opinião de Guilherme Patriota, assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República. "Parece-me surpreendente que um mero filme possa deflagrar movimentos tão exacerbados em lugares tão distantes", disse à Folha Patriota, que é irmão do chanceler Antonio Patriota.

Segundo ele, o discurso do Cairo (em 2009) foi o ponto alto da política do presidente dos EUA, Barack Obama, de estender a mão ao islã.

"Mas houve um recuo, o governo americano não seguiu mais aquela linha", disse o embaixador, que participa na semana que vem da 9ª Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana, organizada pela Fundação Konrad Adenauer.

"Precisamos analisar friamente as ações externas: ficou em segundo plano a resolução da questão palestina, que é fundamental para a região, e houve uma tentativa muito mais aguda de tentar isolar o Irã e demonizá-lo -esses eram parâmetros para o mundo islâmico, dão ideia da disposição do Ocidente em relação ao islã."

Segundo ele, os EUA chegaram "quase a admitir como algo razoável um ataque unilateral contra o Irã".

Para Guilherme Patriota, os protestos antiamericanos mostram que é preciso repensar o significado da Primavera Árabe. "Aquele otimismo inicial, de que era um movimento pró-democracia, não revela a história toda."

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