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Taleban assume ataque e culpa filme anti-islã

Atentado contra base no Afeganistão onde está servindo o príncipe britânico Harry matou 2 fuzileiros navais da OTAN

Al Qaeda reivindica ação que matou embaixador americano; diplomatas dos EUA serão retirados da Tunísia e do Sudão

Nashanuddin Khan/Associated Press
Afegãos queimam boneco representando Obama em protesto em Khost, a sudeste da capital, Cabul
Afegãos queimam boneco representando Obama em protesto em Khost, a sudeste da capital, Cabul

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O grupo Taleban assumiu a autoria do atentado contra uma base no sul do Afeganistão que causou duas mortes. Segundo os extremistas, foi uma represália ao filme "A Inocência dos Muçulmanos", que satiriza Maomé, também motivada pela presença do príncipe Harry na base.

Cerca de 20 insurgentes armados com granadas e coletes explosivos invadiram anteontem a base britânica Camp Bastion, ao lado da base americana Camp Leatherneck, que centraliza as operações de fuzileiros navais na província de Helmand.

O ataque matou dois fuzileiros da Otan e feriu vários outros. Forças da coalizão mataram 18 insurgentes.

Qari Yousef Ahmadi, um porta-voz do Taleban, disse: "Atacamos a base porque o príncipe está lá e para que saibam da nossa raiva". O Taleban ameaçou mais ataques em retaliação ao filme.

Ontem, universitários afegãos protestaram em Khost gritando "morte à América" e queimando um boneco representando o presidente americano, Barack Obama.

Além dos dois fuzileiros navais, anteontem morreram pelo menos nove pessoas no Sudão, na Tunísia, no Egito e no Líbano em protestos e ataques ligados ao filme. As manifestações começaram no dia 11 de setembro, que marcou os 11 anos do atentado ao World Trade Center.

O Departamento de Estado dos EUA ordenou a retirada do pessoal diplomático não essencial -e de seus familiares- das representações na Tunísia e no Sudão e emitiu uma advertência contrária a viagens de cidadãos americanos aos dois países.

AL QAEDA

A Al Qaeda na Península Arábica reivindicou a autoria da ação em Benghazi que matou o embaixador dos EUA na Líbia, Chris Stevens, e mais três pessoas na terça-feira.

Segundo a rede terrorista, foi um ato de vingança pela morte do número dois da organização, Abu Yehia al Libi, assassinado em junho em uma ofensiva americana no Paquistão. O braço da Al Qaeda no Iêmen prometeu novos ataques a diplomatas americanos na região.

Na capital iemenita, Sanaa, centenas participaram do funeral de um jovem de

19 anos morto pela polícia em confronto próximo à embaixada dos EUA, na quinta.

No Cairo, a polícia dispersou ontem centenas de manifestantes na praça Tahrir, após quatro dias de protestos contra o filme. Em Paris, mais de uma centena de pessoas protestaram diante da Embaixada dos EUA, no primeiro ato registrado na Europa.

Em Túnis, capital da Tunísia, o total de mortos no ataque à embaixada americana anteontem foi revisto de dois para quatro, com 46 feridos.

AUTOR DO FILME

Em Los Angeles, Nakoula Basseley Nakoula, tido como autor de "A Inocência dos Muçulmanos", foi detido para interrogatório. Condenado por fraude bancária, ele pode ter violado liberdade condicional ao acessar a internet.

Nakoula, cristão copta, nega a autoria da película, que retrata o profeta como pedófilo. Segundo as autoridades, ele não está sendo interrogado por causa do filme.

Ontem, o site "Gawker" afirmou que Nakoula só produziu o filme, que teria sido dirigido por Alan Roberts, 65, conhecido por produções pornô.

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