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Compra de ilhas pelo Japão é farsa, afirma provável futuro líder chinês

Declaração de Xi Jinping foi feita em encontro com secretário dos EUA

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

No segundo evento público depois de um sumiço de duas semanas, não explicado, o provável futuro líder máximo chinês, Xi Jinping, chamou de "farsa" a recente nacionalização por parte do Japão de um arquipélago em disputa entre os dois países.

"O Japão deveria controlar o seu comportamento e parar quaisquer palavras e atos que atentem contra a soberania e a integridade territorial da China", disse Xi durante um encontro na capital, Pequim, com Leon Panetta, secretário de Defesa dos EUA -maior aliado militar de Tóquio.

Foram as primeiras declarações de Xi, vice-presidente chinês, sobre a disputa. Na semana passada, Tóquio anunciou a compra das ilhas Senkaku (Diaoyu para os chineses) de um grupo privado japonês, gerando protestos e críticas em toda a China.

Com a ação, o governo japonês evitou a aquisição da área pelo prefeito ultranacionalista de Tóquio, Shintaro Ishihara. Ele promovia uma campanha para comprar e desenvolver o arquipélago, hoje desabitado e sob administração japonesa.

Após quatro dias seguidos em que a Embaixada japonesa em Pequim foi atacada principalmente com ovos e garrafas de água, com a complacência da polícia, ontem não houve protestos. As manifestações também perderam força em outras cidades.

Por outro lado, um grupo pequeno de manifestantes cercou e atacou o carro do embaixador americano, Gary Locke, em Pequim. O veículo foi alvo de garrafas com água e sofreu um golpe no capô. A polícia chinesa agiu e fez um cordão em torno do carro. Locke saiu ileso.

A onda antijaponesa é tamanha que Jin Baisong, membro de uma instituição acadêmica ligada ao Ministério do Comércio, sugeriu que a China usasse títulos da dívida japonesa para retaliar o país. Pequim é o maior credor de Tóquio, com US$ 230 bilhões em títulos.

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