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Para combater avanço do deserto, governo planta grama em dunas

DO ENVIADO A YINCHUAN

A região autônoma de Ningxia é uma das áreas da China mais afetadas pelo processo de desertificação. O problema já deslocou 100 mil pessoas no entorno de Yinchuan, que perderam suas áreas de cultivo.

O estrago só não é maior por causa do trabalho de Wang Youde, 58.

Chamado de "diretor do deserto", ele coordena um quixotesco trabalho de plantio de grama em dunas que há anos ameaçam o vizinho rio Amarelo, o segundo mais importante da China.

Financiado pelo governo, o trabalho é manual e consiste principalmente em fincar no chão pequenos quadrados de palha. A ideia é reter um pouco a umidade para ajudar a grama, plantada dentro desses quadrados. Para irrigar, a água é extraída de poços de cerca de 100 metros de profundidade.

Wang, que combate o deserto há 28 anos, emprega 2.000 trabalhadores. Cada um recebe 10 mil yuans (R$ 3.200) anuais pelo trabalho.

O projeto, nas margens do deserto Maowusu, preencheu centenas de dunas com quadrados bastante simétricos, onde nasce uma esparsa vegetação rasteira. Parece pouco, mas as dunas do deserto são totalmente estéreis.

"Nós já recuperamos 100 mil hectares", afirma Wang, um ex-camponês da minoria hui constantemente elogiado pela imprensa estatal e que já recebeu visitas dos principais líderes chineses e de comitivas estrangeiras, incluindo uma do PC do B.

A desertificação da China ocorre há décadas. Um dos principais culpados é o uso intensivo da terra e dos recursos hídricos.

Cerca de 1,7 milhão de km² do país está desertificado, o equivalente a 18% do território. Segundo o governo chinês, 530 mil km² podem ser recuperados, mas, no ritmo atual, a reversão será completada daqui a 300 anos.

(FM)

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