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Soldado israelense morre em novo ataque no Sinai, divisa com Egito

Exército de Israel diz ter evitado atentado em área volátil desde 2011

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

Um soldado israelense foi morto ontem num ataque na fronteira com o Egito, em mais uma ação dos grupos radicais que desestabilizaram a península egípcia do Sinai depois da queda do ditador Hosni Mubarak, em 2011.

Dos cinco autores do ataque, três foram mortos pelo Exército israelense, que afirma ter evitado "um grande atentado terrorista". Eles vestiam coletes com explosivos e pelo menos um os detonou, segundo o Exército.

A instabilidade no Sinai forçou o governo egípcio a reforçar a segurança na península e levou Israel a apressar a construção de uma cerca na fronteira, que deve ficar pronta até o fim do ano.

De acordo com a imprensa israelense, os agressores entraram justamente por um dos últimos trechos ainda não concluídos da cerca, num trecho de topografia difícil.

Além das incursões de militantes radicais, o que moveu o governo israelense a construir a cerca foi o grande número de refugiados africanos que se infiltraram no país a partir do Sinai.

A península esteve sob controle de Israel até 1979, quando foi devolvida ao Egito dentro do acordo de paz.

Os ataques na região se tornaram frequentes nos últimos meses. O desmoronamento da autoridade do governo egípcio no Sinai após a queda de Mubarak abriu espaço para ações de contrabandistas e grupos armados.

A instabilidade tornou-se uma ameaça para os dois lados da fronteira. Em junho, militantes abriram fogo contra a fronteira israelense, deixando um morto. Em agosto, 16 soldados egípcios morreram num ataque a um posto de fronteira, supostamente por militantes salafistas.

O presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, enviou tropas ao Sinai e aproveitou o fracasso do Exército para aposentar os dois principais comandantes militares. Ao mesmo tempo, a imprensa egípcia afirma que o governo abriu diálogo com os salafistas.

Além da tensão causada pelos recentes protestos contra um filme anti-islã, a instabilidade no Sinai foi um dos motivos do cancelamento da visita que Mursi faria ao Brasil, no fim do mês.

Analistas israelenses veem elos entre os ataques no Sinai e grupos radicais em Gaza.

Para Amos Harel e Avi Issacharoff, do jornal "Haaretz", a instabilidade ameaça não só a "relativa calma entre Israel e Gaza, mas também as já frágeis relações entre Jerusalém e Cairo".

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