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Catalunha avalia referendo para se separar da Espanha

Mais rica região autônoma do país avalia fazer consulta em 4 anos; pano de fundo é ambiente de crise econômica

Premiê espanhol, Mariano Rajoy, prefere não polemizar e diz que seguirá dialogando com o governo regional

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

O porta-voz do governo da Catalunha, Francesc Homs, anunciou que a região avalia declarar independência da Espanha nos próximos anos. A Catalunha historicamente é hostil ao governo central, mas o tema não costuma ser tratado oficialmente.

Entre as opções, a administração avalia uma consulta pública ou uma votação parlamentar a ser realizada em quatro anos.

Embora Homs não tenha divulgado razões concretas para a retomada do processo de independência, o ambiente econômico na região influencia o movimento.

A Catalunha, com PIB (Produto Interno Bruto) de € 210 bilhões (R$ 545 bi), o maior dentre as 17 regiões autônomas do país, recorreu em agosto ao socorro financeiro de € 5 bilhões vindos do governo central da Espanha.

À época, Homs afirmou que não aceitaria "condições políticas" em troca. Sem esses recursos, a região, de PIB maior que o de Portugal (€ 170 bilhões), não teria como pagar dívidas de curto prazo.

Ontem, o porta-voz criticou a relação com a Espanha, vista como um "leão que ataca com toda a sua força a gazela catalã, cuja arma é a agilidade", mas pediu paciência e união aos locais para concretizar a independência.

Mariano Rajoy, premiê do país, preferiu não polemizar e afirmou apenas que seguirá dialogando, mas que o presidente da Catalunha não conversou com ele a respeito da independência.

SOCORRO À VISTA?

O governo espanhol, também abalado pela crise, deve anunciar na próxima quinta uma reforma econômica que levará ao esperado pedido de socorro financeiro à União Europeia, segundo o jornal britânico "Financial Times".

O resgate é uma condição exigida pelo Banco Central Europeu para que possa comprar títulos de dívida pública do país, uma medida que tem o objetivo de reduzir os juros cobrados pelos investidores e facilitar o financiamento das contas públicas de países em crise na zona do euro.

A Espanha vem evitando pedir o resgate por temer as condições que serão impostas ao país, mas trabalha com especialistas da Comissão Europeia na nova reforma, para que contemple antecipadamente os principais pontos que seriam solicitados pelos credores.

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