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Análise

Roupa com estampa ajuda no discurso estético da presidente em Nova York

VIVIAN WHITEMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A roupa que a presidente Dilma usou na ONU pode ser vista de duas formas: pelo viés fashionista de vitrine ou pelo de discurso estético.

Em primeiro lugar, o modelo escolhido -uma blusa com estampa em tons de vermelho, preto e branco sobre um vestido preto. Mais uma vez, o look foi assinado pela gaúcha Luisa Stadtlander, estilista e amiga de Dilma.

Pois bem. Segundo as regras de certo e errado, do tipo que está na maioria dos blogs e programas de estilo da TV, Dilma não deveria usar uma estampa tão grande com vermelho. As duas coisas separadas já têm o efeito visual de ampliar a silhueta. Juntas, engordam ainda mais.

Por outro lado, basta ver as fotos da presidente na tribuna da ONU para perceber que a roupa cumpriu sua função. Sim, porque ela não está em local tão importante com o objetivo de parecer magra.

Isso é trabalho de outras poderosas brasileiras, coisa para tops como Gisele Bündchen e Izabel Goulart.

Falando de guerra, da Palestina e de outras questões complexas, que têm causado banhos de sangue nas últimas décadas, o vermelho foi uma escolha ousada. O que de perto era uma estampa abstrata, algo entre plantas e florais, de certa perspectiva, ou seja, do ponto de vista da plateia, adquiriu um ar de camuflado estilizado. Era como se Dilma fosse um lembrete visual das vítimas dos conflitos enquanto pedia novas medidas e estratégias de ação.

A imagem e as ideias transmitidas via palavra estavam em harmonia. Em termos de discurso estético, ponto para as gaúchas.

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