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Justiça de SP manda o YouTube retirar do ar vídeo anti-islâmico

Ação foi movida por associação muçulmana; Google pode recorrer

DE SÃO PAULO

O juiz Gilson Delgado Miranda, de São Paulo, ordenou ontem que a empresa Google retire do YouTube em dez dias, em todo o Brasil, todos os vídeos que contenham cenas do filme "Inocência dos Muçulmanos".

A produção amadora dos EUA satiriza o profeta Maomé e é apontada como estopim de protestos em cerca de 20 países. A decisão é provisória; cabe recurso. A Google não comentou a sentença.

A ação foi movida pela UNI (União Nacional de Entidades Islâmicas), maior entidade da religião no país. O juiz determinou ainda que a Google informe à Justiça sempre que houver novas postagens relacionadas ao filme. A pena para o descumprimento da sentença é de multa de R$ 10 mil por dia.

A Google já tirou o filme do ar em alguns países, como Cingapura, após os protestos violentos no mundo árabe. A reação de grupos muçulmanos contra o filme teria causado o ataque à Embaixada dos EUA na Líbia, que resultou na morte do embaixador Chris Stevens e de mais três pessoas, em 11 de setembro.

A Casa Branca também condenou a produção, que retrata Maomé como mulherengo e aproveitador.

A sentença do juiz Miranda faz menção à "delicada situação gerada" pelo filme em todo o mundo e fala em evitar uma "comoção maior" e em proteger "os valores e a crença" dos muçulmanos.

O sheik Jihad Hassan Hammadeh, presidente do conselho de ética da UNI, disse não se tratar de censura, mas de defesa da liberdade religiosa. "É uma aberração -agressão gratuita, premeditada e intencional. É uma agressão contra todas as religiões."

Hammadeh ressalvou, porém, que a veiculação do vídeo não deve servir de pretexto para ataques de grupos radicais islâmicos contra alvos estrangeiros, principalmente americanos. "Somos contra a violência de qualquer tipo."

(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)

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