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Começa o julgamento do mordomo de Bento 16

Paolo Gabriele é acusado de furtar documentos e repassar a jornalista

Caso é considerado um dos maiores escândalos da história da Igreja Católica; pena pode chegar a até 4 anos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Vaticano começou ontem os julgamentos de Paolo Gabriele, ex-mordomo do papa Bento 16, e do técnico em informática Claudio Sciarpelletti. Gabriele é acusado de furtar documentos e vazá-los para o jornalista italiano Gianluigi Nuzzi. Sciarpelletti, de ter acobertado a ação.

O caso é considerado o maior escândalo da igreja em décadas. Nessa primeira audiência, o presidente do tribunal, Giuseppe della Torre, e os juízes Paolo Papanti Pelletier e Venerando Marano decidiram adiar os trabalhos para terça-feira e separar os dois julgamentos.

Gabriele já confessou ter passado as informações que foram usadas por Nuzzi no livro "His Holiness: The secret papers of Pope Benedict XVI" ("Sua Santidade: os papéis secretos do papa Bento 16"), lançado em maio deste ano.

Mas a declaração de culpa de Gabriele, que usava o codinome "Maria" ao buscar informações oficiais, não deve influenciar os juízes. Há suspeitas de que ele tenha assumido a responsabilidade para acobertar outras pessoas.

Georg Ganswein, secretário particular do papa, e de cujo escritório Gabriele furtou e copiou os documentos secretos por anos, deve ser chamado para depor.

Entre suas atribuições, o ex-mordomo, que tem 46 anos e três filhos, era responsável por levar as refeições ao papa e ajudá-lo a se vestir.

Se for condenado, poderá pegar quatro anos de prisão. Já o técnico em informática pode ser condenado a, no máximo, um ano.

O escândalo, que ficou conhecido como "VatiLeaks", veio à tona ainda antes do lançamento do livro, quando uma TV italiana revelou cartas enviadas pelo arcebispo Carlo Maria Viganó ao papa. Nelas, havia denúncias de corrupção, prevaricação e má gestão no Vaticano.

Bento 16 pode exercer sua prerrogativa de perdoar o mordomo. Mas o fato de não ter feito isso até agora sinaliza que ele espera que o julgamento aconteça até o fim.

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