Fogo danifica mercado histórico durante confrontos em Aleppo

Centenas de lojas foram queimadas ontem no mercado medieval da Cidade Velha de Aleppo, considerada patrimônio histórico da humanidade.

O incêndio ocorreu durante confrontos entre as forças do regime de Bashar Assad e as tropas rebeldes, que anunciaram na quinta-feira uma "ofensiva decisiva" em Aleppo, centro comercial com 2,5 milhões de habitantes.

Nos últimos dias, contudo, nenhum dos lados parece ter conseguido progressos.

Ativistas relatam que atiradores do Exército dificultam a aproximação ao mercado central de Souk al Madina, que era um dos mais bem preservados da região.

O fogo danificou o labirinto de corredores de pedra repletos de armazéns, lojas e escolas. As fachadas talhadas a madeira ajudaram a espalhar rapidamente as chamas no mercado, que já foi grande atração turística da Síria.

"Tentamos sufocar as chamas, mas fomos atacados com rajadas de disparos e não pudemos fazer nada", disse o porta-voz rebelde Al Tauhid.

Segundo a oposição, o incêndio, causado pelos fortes bombardeios do regime, já destruiu cerca de 700 a mil lojas no local.

Não há como verificar os números, já que o regime restringe o acesso da imprensa estrangeira ao país.

A Cidade Velha de Aleppo é uma das seis localidades na Síria declaradas patrimônio da humanidade pela Unesco.

A agência de cultura da ONU lamentou ontem a "grande perda" e alertou que ao menos cinco destes locais históricos estão ameaçados pelo conflito de 18 meses _incluindo a antiga cidade de Palmyra, a fortaleza Krak des Chevaliers e partes da cidade antiga de Damasco.