Índice geral Mundo
Mundo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Oposicionista sofre para veicular propaganda até nas TVs privadas

DE CARACAS

Na Venezuela pós-Hugo Chávez, democracia quer dizer justiça social, e quem insistir em debater conceitos ideológicos com o atual presidente e martelar sobre a falta de liberdade de expressão vai perder a batalha pelo voto da população.

É com base nesse pensamento que se montou a campanha do candidato a presidente opositor Henrique Capriles, que marca uma mudança geracional e de conduta na oposição ao chavismo.

Apesar de concorrer oficialmente pela MUD (Mesa de Unidade), o núcleo da campanha é fechado em torno do Primeiro Justiça, a legenda centro-direitista que nasceu de uma dissidência do tradicional partido conservador venezuelano, Copei.

Capriles, que se diz progressista e lulista, e um punhado de próximos colaboradores decidiram estrear um discurso "paz e amor" para os padrões de polarização da política venezuelana desde 2000: sem ataques aos programas sociais do governo e só centrado no maior flanco de Chávez, a falta de continuidade dos projetos e a ineficiência.

CENSURA NA TV

A campanha tem menos dinheiro que a chavista, mas logística azeitada. Tem os marqueteiros brasileiros Chico Mendez e Renato Pereira.

O grupo sofre percalços até para emplacar spots na TV privada. A maior emissora particular da Venezuela, a Venevisión, do magnata Gustavo Cisneros, vetou uma propaganda de Capriles em que um pequeno comerciante que teve um negócio expropriado dizia que não era "burguês" nem "oligarca".

A TV, que fez um pacto de convivência com o chavismo após a não renovação do canal RCTV em 2007, não deu explicações para o veto.

(FLÁVIA MARREIRO)

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.