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'Gangue dos 4' foi pioneira na discussão

DE SÃO PAULO

Tudo começou mais de 20 anos atrás, com a chamada Gangue dos Quatro da Universidade Princeton, composta pelo economista e prêmio Nobel Paul Krugman, o vice-presidente do Banco Central sueco, Lars Svensson, o economista Michael Woodford e o próprio Ben Bernanke, presidente do Fed desde 2006.

Os quatro professores se debruçaram sobre o quebra-cabeça da década perdida do Japão.

Nos anos 90, o país asiático emergiu de uma bolha imobiliária e entrou em anos de estagnação econômica.

O governo japonês tentou de tudo -aumentou o deficit do Orçamento para 10% em 1998, para estimular a economia com gastos públicos (construiu as famosas pontes ligando o nada ao nada) e reduziu as taxas de juros para zero.

Mas nada adiantava. Era a chamada "armadilha de liquidez" -apesar de as taxas de juros estarem zeradas, os empresários e consumidores não se animavam a gastar.

Preferiam reduzir seu endividamento ou simplesmente "sentar em cima" do dinheiro.

Os economistas passaram a estudar o que os Bancos Centrais poderiam fazer para estimular a economia quando as taxas estavam próximas de zero.

Para alguns economistas, EUA, Japão e zona do euro vivem hoje uma "armadilha de liquidez".

"Todos esses instrumentos novos que estão sendo usados hoje são consequência de mais de 20 anos de estudos desses economistas, que estão agora testando suas teorias", diz Paulo Tenani, professor de Finanças Internacionais da FGV.

E se essa última rodada de medidas heterodoxas dos BCs não funcionar?

Os antigos companheiros de Ben Bernanke na Universidade de Princeton têm ideias ainda mais radicais.

Krugman fala que os Bancos Centrais "precisam prometer de forma verossímil que serão irresponsáveis".

Ou seja, só convencendo os investidores de que o Fed não vai elevar os juros, nem que haja inflação, as pessoas vão gastar e investir.

Woodford propôs este ano que o Fed, em vez de mirar a inflação, tenha uma meta de PIB nominal -ou seja, comprometa-se a não elevar a taxa de juros até que o PIB entre em determinada trajetória.

(PCM)

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