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Análise

Merkel não vai permitir que Espanha divida risco com Europa

WOLFGANG MÜNCHAU
DO “FINANCIAL TIMES”

Você percebeu que a meia-vida do otimismo está se reduzindo na zona do euro?

Faz apenas três semanas que Mario Draghi, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), anunciou seu programa de transações monetárias diretas, para a aquisição de títulos sem limite de montante ou prazo. O consenso parecia ser que a medida havia posto fim à crise, ou ao menos à sua fase mais aguda.

Na semana passada, os investidores -e os jornalistas espanhóis- subitamente descobriram, horrorizados, que a Alemanha não vai permitir que a Espanha despeje o risco de seus bancos no Mecanismo Europeu de Estabilidade, o fundo de resgate da zona do euro.

Isso parece contradizer a declaração dos líderes da zona do euro na conferência de cúpula de 29 de junho, segundo a qual era "imperativo romper o círculo vicioso entre os bancos e os títulos de dívida nacionais".

A interpretação espanhola era que a União Europeia adotaria união bancária antes de 2013 e, automaticamente, o ônus da recapitalização dos bancos espanhóis passaria de Madri ao Mecanismo Europeu de Estabilidade.

Mas não foi assim que a chanceler Angela Merkel e seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, compreenderam o acordo.

A julgar pelo debate político, a Alemanha não está preparada para nenhuma forma de mecanismo de transferência fiscal. E a Alemanha não está pronta, especialmente, para uma união bancária.

Merkel jamais defendeu politicamente a necessidade de uma união bancária.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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