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Ricos têm de 'calibrar' austeridade e ações pró-crescimento, diz o FMI

Comitê do Fundo tenta conciliar posições divergentes em comunicado

FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A TÓQUIO

Os países ricos em crise devem "calibrar" medidas de austeridade com incentivos ao crescimento, segundo o importante Comitê Internacional Financeiro e Monetário (IMFC, na sigla em inglês) do FMI, que encerra hoje seu encontro anual, em Tóquio.

Em comunicado, o IMFC defendeu que a política fiscal seja "calibrada apropriadamente para ser tão pró-crescimento quanto possível".

Para o comitê, a criação do Mecanismo de Estabilização Europeu, ainda não implantado, e a decisão do Banco Central Europeu de eliminar os limites à compra de papéis na zona do euro são bem-vindas, mas insuficientes.

Com relação aos EUA, o comitê exortou o país a resolver o "abismo fiscal", expressão ouvida várias vezes em Tóquio e referente à alta de impostos e ao corte nos gastos previstos para o fim de 2012.

Caso o Congresso não aprove medidas para evitar o "abismo" até o final do ano, o impacto das duas medidas pode provocar nova recessão nos EUA já no início de 2013.

CONCILIAÇÃO

O comunicado do IMFC - corpo máximo de conselho político do FMI, formado por 24 países, entre os quais o Brasil- pareceu um esforço de conciliar declarações conflitantes entre defensores de flexibilização das políticas de austeridade, principalmente a diretora-executiva do FMI, Christine Lagarde, e os que apregoam aperto mais duro, com a Alemanha à frente.

"Reconhecemos que ajustes fiscais confiáveis e de prazo médio são necessários em todas as economias avançadas", disse Lagarde ontem.

Membro do IMFC e distante da posição alemã, o ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, criticou o fato de que os mecanismos criados na eurozona ainda não funcionam e propôs "pontes" de curto prazo, como ajuda imediata a bancos espanhóis.

Mantega, porém, disse que deixa a reunião mais otimista que no início, quando o FMI publicou prognósticos pessimistas de crescimento.

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