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Alemanha e França racham em cúpula sobre crise do euro

Merkel quer controle sobre contas nacionais e é rechaçada por Hollande

A Grécia, um dos países mais afetados pela recessão, enfrentou ontem mais um dia de protestos da população

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

O racha entre Alemanha e França, as duas maiores economias da zona do euro e motores da integração europeia, ficou explícito ontem, no primeiro dia de um encontro para discutir medidas de combate à crise no bloco.

Horas antes do início da reunião em Bruxelas, a chanceler alemã, Angela Merkel, discursou aos parlamentares do país e pediu maior controle da União Europeia sobre Orçamentos dos países-membros, de forma a evitar descontrole de gastos.

A situação fiscal está na raiz da atual crise, levando governos a cortar gastos e lançar-se numa espiral de recessão.

"Surpreende-me que pouca gente traga propostas para melhorar a credibilidade europeia, enquanto outros gritam que isso é impossível, que a Alemanha ficará isolada. Não é assim que construiremos uma Europa confiável", disse a chanceler.

Os franceses, assim como a maioria dos 27 países, rejeitam tamanha intrusão.

Hollande defende que o foco nesse momento seja a criação de mecanismos conjuntos de controle bancário.

Quando questionado por repórteres em Bruxelas sobre o assunto da supervisão bancária e as divergências entre os governos francês e alemão, Hollande respondeu:

"A senhora Merkel tem como prazo setembro de 2013 [data das eleições na Alemanha]. Posso entender essa diferença de calendário, mas França e Alemanha têm uma responsabilidade comum, tirar a zona do euro da crise", declarou o presidente.

A divergência contrasta com a histórica sintonia entre líderes dos países -mais recentemente, entre Merkel e o antecessor do presidente francês, Nicolas Sarkozy.

Anteontem, Hollande já havia tornado pública sua insatisfação com a Alemanha.

Em entrevista a um grupo de jornais europeus, incluindo o francês "Le Monde", pediu que o governo alemão suavize a pressão por medidas de austeridade fiscal e aceite a implementação de um mecanismo de supervisão bancária -compromisso assumido durante reunião em junho.

GRÉCIA

A Grécia, um dos países que vivem recessão, teve ontem novos protestos. Um homem de 65 anos morreu por ataque cardíaco. Duas pessoas foram hospitalizadas após conflito com a polícia.

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