Irã aceita diálogo nuclear com EUA, diz jornal

O Irã teria aceito negociar seu programa nuclear com os Estados Unidos, de forma bilateral. A informação foi divulgada pelo jornal "The New York Times", citando fontes do governo Obama.

Algumas horas após a publicação da reportagem, no entanto, a Casa Branca negou, por meio de um comunicado, que haja acordo de diálogo com Teerã sem a participação dos outros países do chamado P5+1 (EUA, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha).

Segundo o jornal, o Irã teria insistido, contudo, em que as conversas tivessem início apenas após as eleições americanas, em 6 de novembro, para que Teerã soubesse com quem estava negociando.

O suposto acordo vem à tona dois dias antes do último debate entre Obama e o candidato republicano, Mitt Romney, que deve ter como temas principais política externa e segurança nacional.

De acordo com as fontes, as conversas "secretas e intensas" entre os lados teriam começado quase no início do mandato de Obama, em 2009.

Em nota, o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança Tommy Vietor disse que os EUA seguem trabalhando com os outros membros permanentes do Conselho de Segurança e a Alemanha para resolver o impasse. As potências ocidentais questionam o caráter pacífico do programa nuclear iraniano.

"Não é verdade que os EUA e o Irã acordaram ter conversas bilaterais ou realizar qualquer encontro após as eleições americanas", diz o texto.

"Continuamos trabalhando com o P5+1 numa solução diplomática e dissemos, desde o início, que estaríamos preparados para um encontro bilateral."

As fontes ouvidas pelo NYT disseram temer, porém, que esse seja mais um blefe do Irã, que "tem um histórico de usar promessas de diplomacia para aliviar a pressão internacional" sobre o país.

As negociações também não estariam garantidas no caso de uma vitória republicana. Romney defende que as sanções são insuficientes e tem se mostrado menos disposto ao diálogo com o Irã.