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Premiê do Líbano põe cargo à disposição

Renúncia, negada provisoriamente pelo presidente, foi feita em reunião sobre crise gerada por atentado de sexta

Na Síria, insurgentes acusam Bashar Assad de prover munição com TNT, que explode assim que arma é disparada

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, colocou seu cargo à disposição do presidente Michel Suleiman após o atentado à bomba que matou oito pessoas e feriu outras cem. Mikati também sugeriu a criação de um governo de "unidade nacional".

O presidente pediu a Mikati que permaneça no cargo por "mais um tempo".

Entre os mortos na explosão de um carro-bomba em Beirute anteontem está Wissam al Hassan, um dos principais chefes da inteligência do Líbano, que investigava membros do regime sírio próximos a Bashar Assad.

Ontem, sunitas armados bloquearam ruas da capital, Beirute, e de outras cidades com pneus em chamas em protesto ao assassinato de Al Hassan, também sunita.

Mikati, sunita como todos os premiês libaneses anteriores, é bastante próximo ao Hizbollah, grupo extremista aliado da Síria, país apontado pelos manifestantes como mandante do atentado.

"Em um encontro com o presidente, disse a ele que não desejo permanecer no cargo e que precisamos considerar a formação de um novo governo", afirmou Mikati.

"Aceitei o pedido [do presidente] de permanecer por mais um tempo porque o Líbano pode entrar em agitação social", disse.

Mikati indicou acreditar que a Síria está por trás do ataque. Ele disse também que suspeita que o atentado esteja relacionado ao envolvimento de Hassan no indiciamento, em agosto passado, do ex-ministro Michel Samaha -apoiador de Assad-, acusado de promover atos violentos no Líbano.

O governo iraniano, por sua vez, acusou Israel pelo ataque. Segundo o porta-voz da Chancelaria, Ramin Mehmanparast, a ação visa criar "divisões" entre o povo e os diferentes grupos libaneses.

Os EUA e a Turquia intensificaram suas consultas militares e o intercâmbio de informações para montar um plano de contingência diante de uma eventual transformação do conflito sírio em uma guerra regional, segundo o "Washington Post".

ARMADILHA EXPLOSIVA

O governo sírio, na tentativa de conter a expansão e o poder de atuação dos grupos insurgentes, alimenta o arsenal dos rebeldes com munições que explodem dentro das armas em que são utilizadas, com frequência ferindo ou matando quem as manuseia. As informações são do "New York Times".

Especialista em armas entrevistado pelo jornal afirma que o agente propulsor no interior do cartucho é substituído por duas substâncias granuladas, uma com cor de canela e a outra de cor branca.

Segundo o especialista, o pó se assemelha a TNT, provavelmente enriquecido com açúcar para se tornar mais inflamável no momento do disparo de fuzis e metralhadoras.

Os rebeldes dizem que Assad vem usando o expediente desde o início do ano.

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