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Eleições EUA

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Candidatos prometem defesa de Israel contra ação do Irã

Oriente Médio domina 3º e último debate presidencial entre Obama e Romney

Tema era política externa; presidente ironiza atitude de rival sobre Rússia; Romney critica atitude sobre Síria

Win McNamee/Associated Press
Romney (à esq.) e Obama (à dir.) comentam tema proposto pelo mediador (de costas), no último debate da campanha
Romney (à esq.) e Obama (à dir.) comentam tema proposto pelo mediador (de costas), no último debate da campanha

LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL A BOCA RATON

No último e mais agressivo de seus três debates na disputa pela Casa Branca, Barack Obama e Mitt Romney travaram ontem na Flórida uma disputa acirrada para ver quem era o mais duro com o Irã, o maior aliado de Israel e o melhor para manter o moral americano no mundo.

Mas o humor e a segurança ao falar, que tinham dado vitória ao republicano no primeiro debate, ontem favoreceram o presidente.

Pesquisa da TV CNN apontou o presidente como preferido de 48% dos consultados no debate, voltado à política externa, contra 40% que preferiram Romney.

Obama não só lembrou que endurecera as sanções contra Teerã pelo suposto caráter bélico de seu programa nuclear como prometeu aumentá-las, repetindo que "todas as opções" estão na mesa -jargão para guerra.

Romney retrucou que ampliaria a pressão a ponto de os diplomatas iranianos virarem "párias" mundo afora.

Os dois também disputaram o eleitor judaico tão numeroso na Flórida, cortejando Israel. O republicano ressaltou seu laço com o premier Binyamin Netanyahu, de quem Obama se afastou, enquanto o presidente lembrou que visitou Sderot, "onde chovem mísseis disparados pelo [grupo extremista] Hamas", em vez de arrecadar para a campanha, como o rival.

Obama tentou defender seu legado afirmando que o copo estava meio cheio enquanto Romney apontava a metade vazia -"vejo nossa influência diminuindo ao redor do mundo", afirmou diversas vezes no debate.

A falta de contraste em propostas paralela à divergência retórica ficou clara no bloco sobre o tema abordado foi a Primavera Árabe e seus desdobramentos.

Os dois defenderam ampliar a oportunidade econômica na região, mas Obama classificou os resultados como positivos, e Romney, como "tumulto perigoso".

O maior racha surgiu em relação à Síria. Romney defende armar a oposição. O presidente se opõe, embora tenha ensaiado isso na Líbia.

A América Latina recebeu só duas menções do republicano, que defendeu ampliar os laços comerciais e disse ver uma "grande oportunidade". Obama não citou os vizinhos.

O viés econômico permeou boa parte do debate, chegando a desviar 20 minutos dos 90 que deveriam focar política externa. O tema reemergiu quando o tópico era a China -alvo de ações na OMC sob o governo Obama.

O debate teve também momentos divertidos -a maioria, com o presidente pintando o rival como antiquado.

Quando o republicano definiu a Al Qaeda como maior inimigo dos EUA, um inspirado Obama disse que achava bom ele mudar sua opinião e parar de citar a Rússia: "Aliás, governador, os anos 80 telefonaram. Querem sua política externa de volta".

Depois, em um longo embate sobre cortar os gastos militares na qual Romney afirmou que a frota naval já fora maior, Obama soltou: "Também já tivemos cavalos e baionetas. Isso mudou".

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