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Confrontos deixam 7 mortos no Líbano

Exército intervém em conflito entre xiitas e sunitas, após atentado que matou chefe da inteligência libanesa

"Destino do país está em risco", afirmam militares em nota; crise na Síria acirra ânimos em Beirute e Trípoli

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

Sete pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no Líbano em confrontos sectários que se seguiram ao funeral de um chefe da inteligência, morto na sexta após explosão de um carro-bomba.

O Exército interveio com uma grande operação de segurança para conter a escalada de incidentes deflagrados pela morte de Wissam al Hassan, que, para a oposição, foi obra do regime sírio.

O atentado aumentou os temores de que a sangrenta guerra civil síria se alastre para o Líbano.

Numa ação incomum, o Exército decidiu intervir, deixando o distanciamento que costuma manter em confrontos deste tipo para não colocar em risco sua coesão de força plural.

"O destino do país está em risco", alertou o comando do Exército em nota. "A tensão em algumas áreas está subindo a níveis sem precedentes. Não permitiremos que o Líbano seja novamente transformado em um campo de batalha de conflitos regionais."

O risco de que o país volte a mergulhar num conflito de grande escala paira no ar desde o fim da guerra civil (1975-1990). A crise na Síria, país vizinho com laços políticos e militares no Líbano, colocou nova lenha na fogueira.

Opositores sunitas, mesma confissão de Al Hassan, exigem a renúncia do governo dominado por grupos xiitas, aos quais acusam de conivência com os crimes do ditador sírio, Bashar Assad.

Inflamados pelos discursos no funeral de domingo, manifestantes tentaram invadir a sede do governo e entraram em choque com a polícia, que usou gás lacrimogêneo e atirou para o alto para dispersar o protesto.

TRÍPOLI

A violência piorou nas horas seguintes. Os incidentes mais graves ocorreram na cidade de Trípoli, onde xiitas e sunitas se enfrentaram, trocando tiros e disparos de granadas. Segundo a agência Reuters, ao menos seis pessoas morreram.

Trípoli, no norte do país, tem sido o foco das tensões sírias no Líbano, com repetidos confrontos entre sunitas e alauítas, a comunidade a que pertence o ditador Assad.

Em Beirute, o Exército matou um homem armado não identificado.

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