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Análise

Guerra na Síria deixa exposta a instabilidade do vizinho

ELIZABETH A. KENNEDY
DA ASSOCIATED PRESS, EM BEIRUTE

O Líbano, potencialmente o país mais instável do Oriente Médio, permanece às margens da Primavera Árabe, mantendo as aparências de bons tempos e modernidade.

Mas os efeitos da guerra na Síria ocultam as mesmas forças que devastaram o país durante os anos de guerra civil.

O país parece estar eternamente prestes a se dilacerar. De todos os vizinhos da Síria, o Líbano é o mais fraco.

Muitos dos muçulmanos sunitas libaneses apoiam os rebeldes sírios, enquanto os xiitas e o Hezbollah apoiam o ditador Bashar Assad.

O Hizbollah, no entanto, enfrenta seus próprios problemas. Apoiado por Irã e Síria, lida com a chance de perder um aliado crucial, caso os rebeldes derrubem Assad.

Esse cenário seria um pesadelo para o grupo. Qualquer novo regime liderado por sunitas seria muito menos amistoso, ou então, abertamente hostil.

O Irã ainda é a fonte mais importante do grupo, mas a Síria é uma rota de abastecimento crucial. Sem ela, o Hizbollah terá dificuldade em conseguir dinheiro e armas com a facilidade de hoje.

Há esperanças de que o Líbano consiga passar ileso pela crise na Síria, que se espalha pelo Oriente Médio.

O Líbano escapou do tumulto, em parte, porque seu governo fraco não produziu nenhum ditador a ser deposto, e não porque a população estivesse satisfeita.

Essa mesma fraqueza torna o país vulnerável à manipulação por parte de seus vizinhos. Há alguns libaneses que estão sempre dispostos a pôr fogo em seu país por ordem de países estrangeiros.

Tradução de CLARA ALLAIN

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