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Estrela da BBC pode ter abusado de 300

Polícia londrina diz que número de vítimas do apresentador Jimmy Savile, morto em 2011, seria maior do que se imaginava

Emissora instaurou inquérito para apurar escândalo, que ameaça a contratação de seu ex-diretor pelo "NYT"

DE LONDRES

A polícia de Londres revelou ontem que identificou 300 pessoas que, quando crianças, teriam sido vítimas de abuso sexual por parte do popular apresentador da BBC Jimmy Savile.

Os crimes teriam sido cometidos ao longo de quatro décadas. Savile morreu em outubro do ano passado, aos 84 anos de idade.

As autoridades responsáveis pelo caso já conversaram com 130 vítimas. Dessas, 114 fizeram acusações contra Savile, inclusive Caroline Robinson, sobrinha-neta do apresentador, contou que sofreu o abuso quando tinha 12 anos. Hoje, ela tem 49 anos.

Robinson relatou que Savile fez com que ela se sentasse em sua perna e tocou sua calcinha.

Do total de vítimas identificadas até agora, apenas duas são homens. Há mais de 400 linhas de investigação, segundo a polícia londrina, que também anunciou um plano para prender outras pessoas supostamente ligadas ao esquema de Savile.

Durante os depoimentos, algumas vítimas identificaram outros funcionários da emissora que também cometeram violações sexuais.

Os nomes deles, porém, não foram divulgados.

O caso fez com que a BBC, emissora pública britânica, instaurasse um inquérito para apurar se a direção do canal tinha conhecimento do comportamento de Savile e se o acobertava.

Segundo relatos, alguns casos aconteceram nas dependências da emissora.

O editor do telejornal "Newsnight", da BBC, Peter Rippon, que deixou de exibir reportagem que investigava as acusações de abuso sexual contra Savile em dezembro de 2011, foi afastado da emissora no início desta semana.

O escândalo fez com que a contratação de Mark Thompson, ex-diretor-geral do canal, para o cargo de diretor-executivo do "New York Times" fosse questionada pela ombudsman do jornal.

Até setembro deste ano, ele era diretor-geral da BBC e estava no comando da emissora quando a decisão de cancelar a matéria com as denúncias sobre Savile foi tomada.

(RODRIGO RUSSO)

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