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Análise

Reta final leva candidatos a focar em categorias essenciais

ABRAHAM F. LOWENTHAL
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os debates presidenciais estão encerrados. Os candidatos agora concentrarão quase toda a sua energia nos oito Estados estreitamente disputados nos quais o resultado da eleição deve ser decidido.

Esses estão sendo invadidos por pessoal de campanha, pago ou voluntário, e quase soterrados por campanhas publicitárias de saturação.

A eleição talvez seja decidida pelo lado que consiga mais sucesso em garantir a presença nas urnas de eleitores pouco entusiásticos. Organização e dinheiro, mais que programas e personalidades, podem ter o papel principal.

O debate final, cujo foco foi a política externa, sublinhou dois pontos importantes sobre a eleição deste ano. Primeiro, Romney manteve a tática de reduzir diferenças entre ele e Obama em questão após questão: Afeganistão, Iraque, Irã, Israel, China e esforços de apoio à reconstrução de Estados em colapso.

Da mesma forma que fez quanto à política interna, Romney decidiu tardiamente adotar posições muito próximas às de Obama, mas reformulando seu apelo central: os eleitores estão satisfeitos ou prefeririam algo melhor?

Determinar se esse caminho conduzirá ao sucesso só será possível no dia da eleição, mas a mudança de rumo certamente melhorou as perspectivas de Romney. As posições neoconservadoras e as do movimento Tea Party perderam espaço na campanha.

O segundo ponto a emergir é como o sistema eleitoral e a moderna tecnologia se combinam para permitir um foco mais agudo nas categorias essenciais de eleitores.

Israel foi mencionado 34 vezes no debate final (contra zero para o Brasil) porque, se Romney conseguir elevar o percentual de voto entre os judeus de 15% para 30%, isso talvez garanta sua vitória na Flórida e em Ohio.

Como definir estupro e como lidar com a gravidez causada por estupros se tornaram assuntos importantes porque alguns republicanos assumiram posições rejeitadas pelo mais importante grupo demográfico do país, as mulheres.

Aproximadamente US$ 2 bilhões foram gastos na eleição, destroçando recordes anteriores. Mas não houve muito progresso para esclarecer como os EUA poderão retomar seu equilíbrio e dinamismo.

As descrições caricaturais do oponente de que eles dependem e a busca por votos decididos em questões controversas podem ser, ou não, demonstração de competência política, mas não constituem liderança sábia.

ABRAHAM F. LOWENTHAL é professor emérito da Universidade do Sul da Califórnia e pesquisador da Brookings Institution

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