Ilustrada - em cima da hora

Músico Hans Werner Henze morre aos 86

Morreu anteontem, aos 86, em Dresden, o compositor alemão Hans Werner Henze. Autor de 40 peças de teatro, dez sinfonias, além de óperas e concertos, ele era considerado um dos músicos mais influentes e versáteis da segunda metade do século 20.

Sua morte, cuja causa não foi divulgada, foi confirmada por sua gravadora, a Schott Music, em nota oficial.

Segundo a gravadora, sua obra une "beleza atemporal" a um "compromisso contemporâneo". O texto também ressalta aspectos políticos do trabalho de Henze, que chegou a ser prisioneiro de guerra na Alemanha nazista.

Ele também participou das revoltas de 1968, da Revolução Cubana, dedicando uma ópera a Che Guevara, e tentou construir uma nova linguagem musical inspirada por essas grandes mudanças no plano político.

Entre suas obras musicais de maior importância, estão "Der Prinz von Homburg" (o príncipe de Homburg), de 1958, "Der Junge Lord" (o jovem lorde), de 1964, "Elegy for Young Lovers" (elegia para jovens amantes), de 1959, e "The Bassarids" (os Bassarids), criada em 1964.

Nascido em 1º de julho de 1926 em Guetersloh, na Alemanha, Henze se mudou para a Itália em 1953, onde fundou o festival Cantiere Internazionale d'Arte em Montepulciano, e lá viveu até pouco antes de sua morte.

Além do trabalho como compositor, Henze deu aulas de música na Áustria, nos Estados Unidos e em Cuba.

Numa entrevista, Henze disse que a música é "o oposto do pecado: é a redenção, a terra prometida". Recentemente, a Semperoper, casa de ópera de Dresden, iniciou um tributo ao compositor.