Índice geral Mundo
Mundo
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Sandy chega aos EUA, afeta 60 milhões e mata ao menos dez

Mais de 2 milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica e cerca de 400 mil novaiorquinos deixaram suas casas ontem

Obama e Mitt Romney suspendem campanhas; um guindaste ficou pendurado no 90º andar de um prédio residencial

RAUL JUSTE LORES
DE NOVA YORK

Com ventos de 140 km/h, o furacão Sandy chegou ontem à Costa Leste dos EUA, paralisando a vida de cerca de 60 milhões de pessoas e deixando Nova York praticamente às escuras.

No fim da noite de ontem, autoridades confirmavam a morte de ao menos dez pessoas em todo o país por conta da forte tempestade, segundo a rede CNN.

O governo de Nova York anunciou que ao menos cinco pessoas morreram no Estado -três delas atingidas por árvores. Essa foi a causa de duas mortes também em Nova Jersey e uma em Connecticut.

Uma mulher morreu num acidente de trânsito em West Virginia em decorrência de uma nevasca trazida pelo Sandy, enquanto outra morreu no naufrágio de uma réplica do navio HMS Bounty, usado no filme "Piratas do Caribe", na costa da Carolina do Norte.

O primeiro Estado a sentir os efeitos foi Nova Jersey. Pouco antes de chegar a Nova York, no final da noite de ontem, Sandy foi reclassificado como um "ciclone", mas seu poder devastador permanecia inalterado.

Todos os aeroportos de NY - JFK, La Guardia e Newark- foram fechados à noite. A água invadiu o metrô e o túnel que liga a ilha de Manhattan ao Brooklyn.

Escolas, empresas e órgãos públicos fecharam as portas e pediram para os funcionários ficarem em casa.

Campi de algumas das maiores universidades americanas, como Harvard, MIT e New York University também fecharam suas instalações.

Cerca de 400 mil novaiorquinos tiveram que sair de casa para se alojar em 70 abrigos ou se hospedar com amigos e parentes em áreas com menos risco de inundação.

Cortes de energia deixaram sem luz mais de 2 milhões de residentes em Long Island e Nova Jersey. Foram registrados vários blecautes na região. O calçadão de Atlantic City foi inundado pela maré alta.

Em algumas áreas, o mar subiu três metros e várias avenidas e marinas foram alagadas em Delaware e Maryland pela pior tormenta em três décadas. Em Nova York, a Bolsa de Valores fechou pela primeira vez em 27 anos por culpa das condições climáticas.

A uma semana das eleições, Barack Obama e Mitt Romney paralisaram as campanhas. O presidente disse que os transportes "podem levar dias" para voltar ao funcionamento normal, assim como a energia, e pediu aos americanos que seguissem as instruções de abandonar as áreas de risco.

Mais de 13.000 voos foram cancelados pela tormenta entre anteontem e hoje.

Todas as pontes de Nova York ao leste foram fechadas e túneis foram bloqueados.

Uma das "marginais" de Manhattan, a Franklin Delano Roosevelt Expressway, ao leste da ilha, foi toda fechada depois que as águas chegaram às pistas. A fachada de um prédio de três andares desabou no bairro de Chelsea, sem deixar feridos.

Especialistas já calculavam ontem as perdas causadas pelo Sandy em até US$ 10 bilhões (R$ 20 bi) só em seguro. O prejuízo total, incluindo comércio, pode chegar a US$ 20 bilhões (R$ 40 bi).

Em seu rastro, Sandy já matou cerca de 50 pessoas no Haiti e 11 pessoas em Cuba. Uma pessoa morreu no arquipélago das Bahamas.

Um guindaste rachou e ficou pendurado no 90º andar do prédio residencial mais alto em Nova York, ainda em construção, a 300 metros de altura. O One57 fica em frente ao Central Park -a região foi isolada e esvaziada.

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.