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Campanha utiliza novas técnicas de psicologia

DA ENVIADA A FAIRFAX (VIRGÍNIA)

"Olá, você apoia Obama? Fico feliz em saber. Gostaria de lembrá-lo sobre a eleição dia 6. Estamos muito contentes com seu apoio e quero dar todos os detalhes sobre o local de votação", diz o voluntário Brian Levy, seguindo o questionário da campanha.

Na reta final da eleição, o objetivo é falar com indecisos ou eleitores de Obama e garantir que eles irão sair de casa para votar.

Isso inclui oferecer carona para quem não tem como chegar ao local de votação (é permitido), informar onde a pessoa vota, dar adesivos e cavaletes para por na frente de casa, e, no caso da Virgínia, fazer campanha também para Tim Kaine, o candidato democrata ao Senado.

Para persuadir eleitores, a campanha lança mão de técnicas baseadas em estudos de psicologia comportamental. Uma das perguntas feitas pelos voluntários de Obama é: "Você já sabe a que horas vai votar no dia 6 e como vai chegar ao local de votação?"

Estudos mostram que, quando uma pessoa "ensaia" na cabeça uma ação que irá fazer no futuro, aumentam as chances de ela realmente fazer o que planejou.

Para outros, logo depois de eles dizerem que sim, pretendem votar em Obama, o voluntário oferece um "cartão de compromisso" que o eleitor assina, dizendo que irá mesmo sair de casa.

De novo, pesquisas comportamentais indicam que isso aumenta a probabilidade de a pessoa votar.

"Obama e seus aliados usam técnicas muito mais sofisticadas de agregação de dados e psicologia comportamental para chegar ao eleitor", disse à Folha Sasha Issenberg, autor do livro recém-lançado Victory Lab, sobre as novas tecnologias usadas nas campanhas dos EUA.

Na fase anterior, os voluntários ainda tentavam persuadir eleitores de Mitt Romney de que poderiam mudar de ideia.

"A gente levou bastante porta na cara de gente que apoia o Romney e grita que o Obama é socialista", conta Levy. "Mas no, geral, é civilizado", completa.

Segundo Michael Bronstein, estrategista de várias campanhas democratas, outra das técnicas que está sendo usada é chamada de "pressão social".

As campanhas enviam cartas para os eleitores dizendo -"sabemos que você votou em 2008 e 2004, muitas pessoas aqui do seu bairro votaram também, queremos contar com seu apoio e telefonar pra você depois para saber como foi a experiência".

"Se as pessoas sabem que outras pessoas de seu círculo também vão votar, e que sabem que ela votou, elas se sentem compelidas a comparecer", diz Bronstein.

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