Oposição impõe revés a presidente chileno

O governo Sebastian Piñera no Chile sofreu revés nas eleições municipais de anteontem, com a derrota para a Concertação, a coalizão centro-esquerdista da oposição que pode apostar na volta de Michelle Bachelet para reaver a Presidência em 2013.

O pleito marcou a estreia do voto facultativo e teve índice alto de abstenção: 59%.

"Espero que todos façamos um ato de reflexão, porque uma democracia da qual não participa a imensa maioria começa a perder força e legitimidade", disse Piñera.

NETA DE ALLENDE

Com 95,5% dos votos apurados, os governistas levaram 37,47% dos votos e a Concertação, 43,1%. Piñera sofreu derrotas em municípios de Santiago e em Concepción, a segunda maior cidade.

Maya Fernández Allende, neta de Salvador Allende (1908-1973), teve vitória apertada em Ñuñoa, área de classe média da capital.

Fernández Allende, de 41 anos, é filha de um diplomata cubano e de Beatriz Allende. Sua mãe se suicidou em 1977, enquanto a família vivia exilada em Cuba, onde Maya morou até os 21 anos.

Ontem, o governo confirmou que Piñera fará uma reforma ministerial até o próximo dia 11, em resposta aos resultados eleitorais e uma exigência legal rumo às eleições parlamentares e presidenciais de novembro de 2013.

Por lei, ministros devem deixar os cargos um ano antes para concorrer ao Congresso. E como no Chile não há reeleição consecutiva, Piñera pode sinalizar quem será o candidato à sucessão.

O mais cotado é o ministro de Obras Públicas, Laurence Golborne, que liderou o resgate dos 33 mineiros em 2010.

Apesar da solidez da economia, o governo tem popularidade baixa, afetado pelos protestos estudantis de 2011.