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Perfil

Mario Monti é a antítese de Silvio Berlusconi

DO “FINANCIAL TIMES”

Os romanos já estão falando do "impacto benéfico" de Mario Monti, 68 anos, sobre a montanha da dívida italiana -antes mesmo de ser garantida sua nomeação como primeiro-ministro.
A diferença entre os títulos públicos italianos e alemães caiu 50 pontos em relação ao pico de quarta-feira, fato atribuído em parte à perspectiva de o economista e ex-comissário europeu assumir o lugar de Silvio Berlusconi.
Na comunidade empresarial de Milão, surgiram dúvidas se o tecnocrata teria força para governar.
Mas essa impressão se modificou nas últimas semanas. Monti será capaz de empreender medidas drásticas, como criar um imposto sobre a riqueza, porque ele não precisará encarar a ira dos eleitores.
Nomeado senador vitalício, é o único candidato sem vínculos com o cenário político tóxico da Itália.
Afável e didático, o economista é a antítese de Berlusconi, envolto em gafes e escândalos.
Quando Berlusconi falou que os mercados estavam atacando o euro, Monti observou que o alvo não era a moeda, mas a dívida soberana de países perdulários como a Itália.
Seu desafio será convencer que não é um tecnocrata desalmado que vai apenas obedecer ordens ditadas em Bruxelas e Berlim.
Natural de Varese, norte da Itália, Monti formou-se na Universidade Bocconi e depois estudou em Yale, nos Estados Unidos. Emergiu como um dos membros mais poderosos da Comissão Europeia.
Em seminários recentes, defendeu políticas fiscais que distribuem o sofrimento, como reduzir os benefícios de pensões e elevar os impostos sobre os ricos.

Tradução de CLARA ALLAIN

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