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MULTIMÍDIA
El Pais - de Madri
Na Internet cubana, só clandestinos são livres
CUBA - Somente 40 mil cubanos,
de uma população de 11 milhões
de habitantes, têm acesso à Internet -e com severas restrições. O
governo cubano têm normas estritas para que as informações obtidas via Internet estejam "em
correspondência" com os "princípios éticos" da revolução e não
afete "os interesses nem a segurança do país".
"Até os membros do Taleban,
no Afeganistão, têm acesso à Internet", compara o dissidente cubano Elizardo Sánchez, para
quem o forte controle à Internet
faz parte da censura ideológica e
política mantida no país.
Segundo a ONG Repórteres
Sem Fronteiras, Cuba é um dos 20
países do mundo que, sob o pretexto de proteger o público contra
idéias subversivas e de garantir
unidade ao país, impede o acesso
dos cidadãos à rede.
Para as autoridades da ilha, a razão do bloqueio à Internet é mais
econômica que política, já que os
computadores são um artigo de
luxo e as linhas telefônicas são escassas e de má qualidade.
"Hoje em dia, viver de costas à
Internet significa viver de costas
ao mundo e à modernidade", afirma Vladimir, um estudante da
Universidade de Havana que, como vários de seus colegas, paga,
em dólar, para conectar-se à rede
clandestinamente.
"Nos escritórios só algumas
pessoas têm a chave para a conexão e não se pode entrar em páginas de conteúdo político e em endereços de jornais como o "Miami
Herald'; aos cubanos não é permitido ter uma conta privada, nem
pagando", explicou Vladimir.
Mas os cubanos estão acostumados a burlar diversos bloqueios. Nos anos 90, engenheiros
cubanos piratearam com antenas
parabólicas caseiras os dez canais
de TV estrangeiros emitidos para
instalações turísticas. Da mesma
forma, milhares de cubanos se conectam toda noite à Internet com
senhas obtidas clandestinamente.
Algumas empresas cubanas e
estrangeiras têm direito a usar a
Internet 24 horas, mas só a acessam no horário comercial. Os piratas compram as senhas dessas
empresas para usá-las à noite por
entre US$ 10 e US$ 30 por mês. A
restrição é não abrir o correio eletrônico da "vítima" para que a
operação não seja detectada.
Havana na rede
O governo usa a Internet. Nos
últimos três anos, ele modernizou
as redes telefônicas e comprou
computadores com o objetivo de
equipar empresas e centros de investigações e planeja criar uma
dezena de cybercafés em 2001 (já
inaugurou dois).
O Ministério das Relações Exteriores de Cuba lançou a página
www.cubaminrex.cu, que traz informações sobre a ilha e as ações
do governo.
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